Jogo das adesões: como estão os times de João Azevêdo e de Pedro no 2º turno

Publicado por: Felipe Nunes em

Uma das principais estratégias para a conquista de votos no segundo turno das eleições, na Paraíba, tem sido o anúncio constante de adesões políticas pelas campanhas dos candidatos João Azevêdo (PSB) e Pedro Cunha Lima (PSDB). As coletivas à imprensa com os novos apoios tornaram-se basicamente um termômetro da disputa eleitoral entre os dois concorrentes.

São apoios de prefeitos de diferentes regiões do estado, adesões de ex-candidatos a deputados estaduais e federais, mas, principalmente, apoios de partidos políticos e deputados estaduais e federais eleitos. São esses os anúncios que chamam mais atenção porque podem resultar em conquista maior de votos e engajamento nas ruas.

Do lado de João Azevêdo, o principal anúncio foi o apoio do ex-presidente Lula da Silva (PT), que no primeiro turno das eleições havia declarado voto no candidato Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que ficou em quarto lugar na disputa.

Em seguida, destaca-se a manutenção do apoio do partido Republicanos, a sigla com maior crescimento e capital político do estado em 2022, em sua base de apoio no segundo turno. Em meio a especulações sobre eventual rompimento, o presidente da legenda, deputado federal Hugo Motta garantiu o apoio e assumiu a coordenação de campanha do chefe do Executivo.

O partido promete trabalhar duro pela reeleição do governador, captando apoios de lideranças nos principais colégios eleitorais e oxigenando a campanha governista com um “toque” de juventude. O capital da legenda, que tem o deputado federal mais votado, Motta, e o estadual mais votado, Adriano Galdino, deu verniz à campanha governista na segunda etapa do pleito.

Ainda merece destaque o apoio do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), que seguiu o ex-presidente Lula e o PT e anunciou apoio a Azevêdo juntamente com a ex-primeira-dama Maísa Cartaxo, que foi candidata a vice-governadora de Veneziano na primeira rodada das eleições. A ideia é melhorar os índices na Capital, onde o governador foi menos votado que Nilvan Ferreira (PL) no primeiro turno.

Em relação às adesões de prefeitos, três gestores que haviam votado em Veneziano no primeiro turno declararam apoio a Aevêdo na segunda etapa: a prefeita de Areia, Silvia Cunha Lima, o prefeito Hermes Filho, de Diamante, e o de Caldas Brandão, Fábio Rolim. AzevÊdo recebeu, ainda, o apoio do ex-prefeito de Cruz do Espírito Santo e candidato a deputado estadual não eleito, Pedrito, que no primeiro turno apoiou a candidatura do PSDB.

O time de Pedro: adesões da esquerda à direita

Desde o início do segundo turno, o candidato Pedro Cunha Lima (PSDB) tem anunciado uma série de adesões para seu projeto. O tucano adotou a tática da “neutralidade” no que tange à disputa presidencial e conseguiu captar apoios da direita e da esquerda com o discurso de que quer discutir questões relativas ao estado.

Uma das mais importantes adesões foi a do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que foi candidato ao Governo do Estado no primeiro turno com o apoio do ex-presidente Lula. O emedebista ignorou a posição do PT, que foi com Azevêdo, e ao anunciar apoio a Pedro manteve o tom crítico, de oposição ao governador.

Com a adesão de Veneziano, a estratégia de Pedro é ampliar sua votação em Campina Grande, onde já tem uma base política e familiar histórica, além de capturar votos no campo da esquerda. Aliados de Veneziano, outros filiados ao MDB aderiram à campanha tucana, a exemplos do deputado estadual Taciano Diniz (MDB), do ex-deputado federal Benjamin Maranhão e do vereador de João Pessoa e presidente do diretório municipal do partido, Mikika Leitão.

Ainda na ala da esquerda, o tucano angariou o voto do deputado estadual Buba Germano (PSB), que pertencia à base do governador. O parlamentar ficou descontente com a não eleição de sua esposa, Gilma Germano, que ficou na suplência de seu partido para a Assembleia Legislativa. Ele alegou que uma das razões do insucesso da esposa foi um suposto abandono pelos antigos aliados.

Apoios à direita também marcaram a campanha tucana no segundo turno. O primeiro apoio de todos, aliás, foi do deputado estadual reeleito Wallber Virgolino (PL), que na semana seguinte ao término do primeiro turno já anunciou apoio a Pedro. O parlamentar contrariou orientação do PL, que optou pela neutralidade na segunda etapa das eleições.

Mesmo sem anunciar voto em Jair Bolsonaro (PL), Pedro conseguiu capturar apoios da direita ao firmar compromissos com pautas conservadoras e da segurança pública. Também foi destaque na campanha do PSDB o recente apoio do deputado estadual Cabo Gilberto (PL), o deputado federal eleito mais votado em João Pessoa.

Um dos apoios mais marcantes da direita veio do pastor Sérgio Queiroz, o candidato ao Senado mais votado em João Pessoa nestas eleições. Com uma militância engajada, prometeu empenho na campanha tucana mediante alguns compromissos firmados com o candidato em áreas sociais e administrativas do estado.

No campo de gestores municipais, destaca-se o da prefeita Cacilda, de Barra de Santana, e de Dr Athaide prefeito de Lastro, que votaram em João Azevêdo no primeiro turno. Já o prefeito Vitor Hugo, representante do quarto maior colégio eleitoral do estado, que havia votado em Veneziano no primeiro turno, decidiu apoiar Pedro na segunda etapa das eleições. Também declarou apoio ao tucano, o prefeito de Pedras de Fogo, Manoel Júnior (SD), que votou em Veneziano na primeira etapa eleitoral.

De acordo com reportagem publicada pelo site Polêmica Paraíba, 16 prefeitos que votaram em Veneziano no primeiro turno, anunciaram apoio a Pedro (Leia aqui), e outros três ficaram com João. 

Foram duas semanas de intensas agendas políticas, recheadas de articulações, anúncios e adesões. O objetivo prático é a conquista de votos nas urnas. Se essas adesões se refletirão no resultado eleitoral, somente as urnas poderão dar a resposta no próximo dia 30.

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