Exatamente um mês após a deflagração da Operação Halving para investigar supostos crimes contra o sistema financeiro praticados pela Braiscompany, o dono da empresa, empresário Antônio Neto Ais se pronunciou por meio de nota divulgada em seu perfil oficial no Instagram. Ele e a esposa, Fabrícia Campos, são considerados foragidos da Justiça.
Na nota, Antônio Neto Ais se responsabiliza por todos os danos causados a clientes da empresa, mas alega não ter como resolver a situação por causa de decisões da Justiça. “Lamento profundamente o mal que está sendo gerado pela paralisação de nossas atividades, isso não fazia parte de nossos planos”, disse.
No documento, Neto Ais afirma ter “sonhado” e “idealizado” a Braiscompany para gerar liberdade financeira e que ajudou milhares de pessoas. Ele atribui os problemas à “queda do bitcoin e do mercado cripto como um todo”. “Não paramos voluntariamente, até permanecermos firmes, mas infelizmente tivemos nossas atividades suspensas por decisão judicial”, acrescentou.
Apesar de ter assumido a culpa pelos prejuízos, no documento ele não informou se vai se entregar à Justiça e alegou não ter recursos para reparar os danos causados às pessoas. “Hoje nos encontramos sem recursos, sem carro, sem casa, sem liberdade. Totalmente reféns dessa situação”, explicou.
De acordo com a Associação das Vítimas da Braiscompany, que tem o auxílio de advogados paraibanos, milhares de pessoas buscam orientação jurídica contra a empresa. E ao contrário do que muita gente acredita, apesar de algumas vítimas terem alto poder aquisitivo, o perfil predominante daqueles que formam a Associação é de “pessoas humildes do interior nordestino”.
Investigação
No último dia 16 de fevereiro, a Polícia Federal deflagrou a Operação HALVING, com o objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais em tese cometidos por sócios da Braiscompany, especializada em criptoativos. Foram bloqueados aproximadamente R$ 15.300.000,00 (quinze milhões e trezentos mil reais) em contas de pessoas investigadas junto à Exchanges, onde os investimentos com criptmoedas são realizados.
No dia 24 de fevereiro, A Justiça Federal determinou, a pedido dos investigadores, as prisões preventivas de Antônio Inácio Silva Neto e de Fabrícia Farias Campos, proprietários da empresa. Ao acolher um pedido do Ministério Público Federal (MPF), o juiz Vinícius Costa Vidor também determinou a inclusão do mandado em difusão vermelha da Interpol. Antônio e Fabrícia são considerados foragidos.
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