Nos cem dias de gestão do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a sensação é de que o Governo Federal está sem rumo. Não se trata de uma torcida contra, como fazem aqueles do time do quanto pior, melhor; afinal, estamos todos no mesmo barco chamado Brasil.
Os fatos é que falam por si. Se durante as eleições o atual presidente não foi capaz de apresentar à população qual seria sua política econômica em caso de vitória, 100 dias depois de eleito ele ainda não teve pulso para apresentar o arcabouço fiscal que vai ditar as regras das contas públicas pelos próximos quatro anos.
Os indicadores do desemprego, que estavam em queda até o trimestre terminado em dezembro, voltaram a aumentar em meio às incertezas de um governo que não apresenta uma medida efetiva para a desburocratização do mercado de trabalho. Pelo contrário, há ameaças de intervenção estatal.
Sem falar no aumento do número de ministérios para 37, sem uma política de corte de despesas, o novo governo conseguiu, através de ação judicial de partido aliado, flexibilizar a Lei das Estatais, para facilitar a indicação de apadrinhados políticos em empresas públicas. O passado é um assombro.
Além disso, namora com o retrocesso ao suspender o novo ensino médio e ao alterar o Marco do Saneamento, flexibilizando regras vistas como importantes para o avanço do setor. A maior marca do novo governo, aliás, está registrada nesses 100 dias: um recorde no desmatamento no Cerrado e um aumento no desmatamento da Amazônia. Ainda não mostrou para que veio no Meio Ambiente.
Lula ainda não conseguiu nem formar base de apoio no Congresso Nacional, nem mesmo com a distribuição de cargos e de emendas parlamentares. Tudo isso em decorrência da fragilidade de sua articulação política. Mostra-se um governo sem rumo, sem futuro, até o momento.
Para não dizer que não falei das flores, o Governo Federal vem inaugurando algumas obras iniciadas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que é um sinal positivo. Essa, aliás, foi a primeira agenda de Lula na Paraíba. Que o novo Capitão do barco chamado Brasil encontre a bússola rumo ao outro lado da margem que todos almejamos.
Agenda Política