“Quero-quero vai voando
e os esporões vai batendo.
Quero-quero quando grita
alguma coisa está vendo”.
Afirma a pequena quadrilha muito tradicional na cultura brasileira que serve para ensinar as crianças a pequena forma de poema em que é possível se fazer uma rima com quatro frases.
Muito famoso por exaltar as características da ave, comum em todo o território nacional e conhecida por ser extremamente territorialista e por proteger seus ninhos, independente de quão grande seja o invasor, o verso é conhecido por falar do animal que já foi chamado por Ruy Barbosa, a Águia de Haia, de o “chanceler dos potreiros”.
Em João Pessoa, Quero-Quero é o tema de todos desde o último sábado, mas não porque a Capital paraibana esteja sediando qualquer encontro de admiradores de aves, mas porque este é o nome dado a chapa de pré-candidatura confirmada com Marcelo Queiroga como pré-candidato à prefeito e Sérgio Queiroz como pré-candidato à vice-prefeito.
Embora com a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro a João Pessoa já se tivesse apresentado material gráfico que anunciasse a composição da chapa, Queiroz não havia feito nenhuma fala confirmando a pré-candidatura a vice e sempre tergiversou sobre o tema.
A incerteza findou no último sábado, com o anúncio feito durante evento formativo do Partido NOVO que contava com a presença do presidente nacional da legenda, Eduardo Ribeiro.
Se antes se apontava que toda a incerteza em torno do nome de Queiroz ancorava o nome de Queiroga na disputa majoritária da Capital. Agora pode se dizer que a dupla, mais unida do que nunca, gera uma força da qual a direita nunca gozou durante todo o período preparatório para as eleições de outubro.
Até então os conservadores sempre viram suas lideranças fragmentadas e batendo cabeça diante de uma série de desentendimentos. Desentendimentos estes que até geraram a saída de Nilvan Ferreira da política da Capital e do PL.
A realidade é outra, o Quero-Quero está voando sobre a restinga pessoense e busca montar seu ninho no Centro Administrativo no bairro de Água Fria. Com exceção do prefeito Cícero Lucena e do seu vice Léo Bezerra, nenhuma das outras pré-candidaturas de oposição conseguiu se apresentar completa com os dois candidatos da majoritária ainda.
A maioria dos blocos e partidos ainda estão traçando alianças e tentando definir composições, a direita pessoense não, esta já estabeleceu seus nomes, já está pronta para discutir ideias e fincar sua imagem no imaginário do eleitorado pessoense.
Se na política não perder o ritmo das coisas e conseguir acertar o compasso que o eleitorado deseja ouvir é tão importante, podemos dizer que a direita, de fato, não está mais atrasada.
Saber se a melodia que será tocada pela dupla é a que o pessoense deseja ouvir ressoar pela cidade ao logo dos próximos quatro anos é missão para o dia das eleições, mas como a análise se dá sobre a montagem das peças que são colocadas sobre o tabuleiro da Capital, podemos compreender que o grupo formado pelo Quero-Quero ao menos entendeu que entrar cedo no jogo garante a conquista de espaços que no futuro serão tão importantes para permitir se ter uma chance real de vitória.
Aguardemos para ver quão alto voará o Quero-Quero da direita com Marcelo Queiroga unido a Sérgio Queiroz.