Fotojornalista é ameaçada por extremistas de esquerda após imagem de Lula em múltipla exposição

Publicado por: Felipe Nunes em

Foto feita com técnica de múltipla exposição mostra o presidente Lula e vidro avariado após ataques do dia 8 – Gabriela Biló

A fotojornalista Gabriela Biló, da Folha de São Paulo, foi vítima de ameaças de extremistas de esquerda, nesta sexta-feira (20), após a publicação de uma foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizando o recurso de múltipla exposição de imagem. A informação é do jornalista Renato Souza.

A imagem foi capa principal da Folha de São Paulo ontem (19) e mostra uma janela de vidro rachada, mas não quebrada, na altura do coração do chefe do Executivo. Segundo Gabriela Biló, a foto significa a “resistência” do Palácio do Planalto após atos de vandalismo ocorridos no dia 08 de agosto.

Petistas radicais, no entanto, não aceitaram a justificativa. No Twitter, o perfil de Alexandre (“Xande Vermelho”) sugeriu que internautas descobrissem o endereço da jornalista e o horário que ela entra e sai de casa para que ela possa “se sentir homenageada”.

Antes das ameaças, a foto rendeu críticas como a da filósofa Marcia Tiburi, que perguntou se a imagem é uma sugestão de que Lula “leve um tiro no coração”. Ela sugeriu que a jornalista fosse “intimada” para esclarecer a composição. Outra militante, no Twitter, sugeriu que a jornalista responda por crime.

A Secom do Governo Federal chegou a publicar uma nota com críticas a jornalista. “É lamentável que o jornal Folha de S.Paulo tenha produzido e veiculado uma imagem não jornalística sugerindo violência contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no contexto dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro”, disse.

O trabalho da jornalista, no entanto, é eminentemente técnico e profissional. Gabriella Biló é autora de inúmeras fotos consideradas polêmicas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo dos últimos 4 anos, período em que foi muito elogiada, inclusive por militantes de esquerda, pelo trabalho realizado. “Gosto da abertura do debate, inclusive sobre as leis não escritas do fotojornalismo”, disse ela, tendo recebido a solidariedade de colegas.

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