Com a realização do primeiro turno das eleições na Argentina durante este domingo (22) toda a América Latina ficou atenta para o pleito presidencial no país. Da mesma forma se deu na Paraíba em que representantes da esquerda e da direita enxergam de modo diverso os impactos que a eleição do novo presidente argentino poder causar sobre o continente sul-americano. Embora neste domingo ainda não se possa ter a confirmação da totalidade dos votos, a expectativa geral é de que haja um segundo turno no país e que Patricia Bulrich, candidata de direita, ou Sergio Massa, ministro da Economia argentino e candidato de viés de esquerda aliado de Lula, disputem a próxima etapa da eleição contra o candidato de extrema-direita.
Havia muita expectativa em torno da possível eleição de Milei ainda no primeiro turno, mas ao menos o que indicam as primeiras análises da contagem prévia dos votos é de que o candidato que liderava as pesquisas não foi eleito neste final de semana. Ainda assim, os indicativos são de que Milei será o mais votado dos candidatos e que disputará o segundo turno novamente na posição de favorito.
O candidato contou com o apoio de diversos nomes da direita brasileira, dentre estes, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais declarando o apoio à candidatura do economista, que disse ver o ex-presidente brasileiro como uma fonte de inspiração política. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atendendo a um convite, se fez presente na Argentina e concedeu entrevistas para a imprensa local diretamente do centro de campanha de Milei, que ficou conhecido como “bunker”.
Na Paraíba a expectativa de lideranças do conservadorismo e de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro também é alta em torno da possível eleição de Milei. Em conversa com o autor deste blog, todos demonstraram crença que a eleição de Milei na Argentina representa um movimento de fortalecimento da direita em toda a América Latina que também se apresentará no Brasil em 2026.
Visão dos paraibanos
“O modo de governar da esquerda já não satisfaz mais”, afirmou o vereador Carlão Pelo Bem. Na sua fala o vice-presidente do PL de João Pessoa defendeu que nomes como o de Milei e o de Jair Bolsonaro vem ganhando destaque no debate político em decorrência de uma necessidade da própria sociedade que deseja uma mudança no seu estilo de vida e que isso passa por aqueles que governam os países da região. “É um novo modelo de governança da América Latina e esse modelo se afasta do socialismo”, definiu o parlamentar.
O pré-candidato à Prefeitura Municipal de João Pessoa, Marcelo Queiroga (PL), adotou a mesma linha de pensamento ao defender que este ciclo eleitoral que a América Latina vivência confirma o fortalecimento da direita em todo o continente. O presidente Municipal do PL em João Pessoa lembrou que no Chile e na Colômbia a direita já conseguiu se fazer vitoriosa nas urnas, que na Argentina há a expectativa pela eleição de Milei e que também há uma tendência para que Donald Trump retorne à presidência dos Estados Unidos na América do Norte.
Para o cardiologista, o que há atualmente é uma onda de direita em todo o continente e que atingirá todas as Américas. No Brasil, Queiroga aposta que o primeiro impacto que se sentirá desta onda de direita será durante as eleições de 2024, quando na sua visão haverá uma eleição massiva de prefeitos de direita por todo o Brasil.
Cabo Gilberto Silva (PL) também defendeu que há um momento de fortalecimento da direita e que este crescimento político é para além da América Latina, mas em realidade um movimento global. O parlamentar acredita que o cenário econômico para o Brasil se torne mais favorável caso Bolsonaro retorne à presidência da República do nosso país, uma vez que se espera que importantes aliados como a Argentina e EUA estariam sendo governados por aliados, caso se confirmem as expectativas pelas eleições de Javier Milei e Donald Trump, respectivamente.
Em conversa com o autor deste blog o presidente da Juventude do PL de João Pessoa, Felipe Matheus, fez uma análise aprofundada de como governos de esquerda que sucederam gestões de direita no período histórico atual tem vivenciado grande rejeição popular.
“O sentimento de cansaço de alguns países é visível. A volta da esquerda na Argentina? Desastrosa, o mesmo para o comando de Biden nos Estados Unidos. Lula tem desabastecido os municípios, enfraqueceu estruturas importantes conquistadas ao longo do governo Bolsonaro, além de ter gastado seu primeiro ano de mandato com contendas desnecessárias e que em nada auxiliam o bem comum”, definiu Felipe.