Alckmin em 2017: ‘Lula quebrou o país e quer voltar à cena do crime’. O que mudou?; VÍDEOS

Publicado por: Felipe Nunes em

Lula e Alckmin se encontram em jantar em SP — Foto: Ricardo Stuckert

Desde que se intensificaram os sinais de uma possível aliança entre o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Lula para as eleições de 2022, internautas resgataram vídeos em que o ex-tucano fazia críticas duras e históricas ao seu antigo adversário nas urnas. O principal questionamento é: o que teria provocado essa mudança de postura tão drástica?

Em um dos vídeos, publicado ainda 2017, Alckmin fez ataques marcantes a Lula, durante convenção nacional do PSDB, ocasião em que foi oficializado como presidente do legenda. “Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem uma nova oportunidade? Nós os derrotaremos nas urnas”, disse na ocasião.

Já em um debate contra Fernando Haddad, na condição de candidato a presidente da República em 2018, Alckmin acusou o PT de fazer política na porta de penitenciária. Isso porque Lula se encontrava preso em Curitiba, após condenações por corrupção na Operação Lava-Jato. “Não é o meu partido que é comandado de dentro de um presídio. Nem minha campanha foi lançada na porta de penitenciária. Em São Paulo, bandido pega cana dura”, ironizou.

Ainda no primeiro turno daquele pleito, rechaçou fazer qualquer aliança com o PT. “Não existe a menor chance de aliança com o PT. Vou disputar e vencer o segundo turno, para recuperar os empregos que eles destruíram saqueando o Brasil. Jamais terão meu apoio para voltar à cena do crime. Seus apoiadores são aqueles que acampam em frente a uma penitenciária”, criticou.

O fato é que Geraldo Alckmin sempre foi visto por aliados ou por adversários como um político moderado e equilibrado, que sabe preservar certos valores inegociáveis, como o combate à corrupção e a defesa da responsabilidade fiscal e econômica. Talvez por isso tenha sido cortejado para uma chapa petista, a fim de tornar mais palatável o nome de uma legenda mergulhada em escândalos.

Ao fazer esse movimento inédito e inesperado, entretanto, Alckmin corre o perigo de ajudar a limpar a biografia do ex-presidente Lula enlameando o seu próprio nome no esgoto que antes ele próprio criticava. Assim, demonstra ser mais um personagem fisgado pelo oportunismo e pelo casuísmo políticos.

Trata-se de um movimento positivo para um Lula, que tenta agradar o Mercado e aquele eleitor que teme as políticas socialistas, mas  significa uma mancha na biografia do médico que costumava se apresentar como alternativa para os problemas de São Paulo e do país.

Em 2022, Alckmin terá que dar explicações sobre seu próprio discurso que ficou no passado, e encarar seus eleitores históricos, que nas redes sociais já demonstram perplexidade e começam a perguntar: afinal, Geraldo, por que você quer participar da cena que tanto criticou num passado não tão distante?

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