O senador paranaense, Sérgio Moro (União), classificou como escandaloso o episódio do Ministério da Justiça onde um órgão ligado a pasta comandada pelo ministro Flávio Dino retificou uma informação passada ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, acerca do acordo de leniência da empreiteira Odebrecht.
Conforme apresentado por Toffoli em sua decisão, a fala inicial do órgão de que não teria encontrado nenhum dado que comprovasse a existência de um acordo internacional de cooperação entre o Brasil e a Suíça foi fundamental para a decisão de que as provas do acordo de leniência eram imprestáveis e a anulação de condenações que se baseavam nas mesmas.
Desde que a informação de que o órgão do poder judiciário havia enviado uma segunda resposta ao ministro corrigindo o erro da primeira veio a público por meio de uma reportagem da revista Veja Sérgio Moro, que atuou como principal juiz da Operação Lava Jato no Brasil, passou a criticar a condução de todo o processo e questionar se não seria o erro fruto de um plano do Governo Lula afim de descredibilizar a Operação Lava Jato.
“O Ministério da Justiça de Flavio Dino produziu informações falsas para o STF sobre a cooperação da Lava Jato com a Suíça no caso Odebrecht”, escreveu o ex-ministro da Justiça. Moro lembrou que a decisão tomada por Toffoli em consequência do erro favoreceu ao atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Obteve uma decisão favorável a Lula e que prejudicou centenas de investigações”, escreveu o parlamentar em suas redes sociais.
Moro encerrou sua ponderação sobre os fatos recentemente descobertos questionando se haveria algum modo para que toda a situação envolvendo o erro do Ministério da Justiça seja mais escandaloso.
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