A Justiça da Paraíba acatou um pedido da Delegacia de Crimes Cibernéticos e prorrogou, nesta quarta-feira (12), a prisão temporária do empresário Bueno Aires, sócio da Fiji Solutions, no âmbito da investigação relacionada ao armazenamento de pornografia infantil. A decisão é da Vara da Infância e da Juventude de Campina Grande.
A informação foi antecipada pelo blog Agenda Política ontem. Leia aqui.
Ontem, uma decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Paulo Cordeiro, tinha determinado a soltura do empresário, no âmbito da investigação relacionada a irregularidades com a gestão de criptomoedas. Com a nova decisão, no entanto, ele segue mantido por, no mínimo, mais 30 dias.
O empresário foi preso no dia 14 de junho, no Rio de Janeiro, em operação deflagrada pela Delegacia de Crimes Cibernéticos – DECC. Ele estava no Rio de Janeiro e foi capturado pela Polícia Civil carioca, que deu apoio às investigações da PC paraibana. O trabalho teve a participação também da Polícia Rodoviária Federal e do Gaeco.
A polícia investiga o armazenamento de imagens contendo sexo explícito envolvendo menores, o que teria levado ao bloqueio de um e-mail utilizado pelo empresário para gerir a tecnologia responsável pela gestão de criptoativos. A polícia ainda investiga quem é o autor das imagens.
No dia seguinte à prisão temporária, a Justiça Federal determinou a prisão preventiva dele, a pedido da Polícia Federal, por crimes relacionados a criptomoedas. Somente nesse último caso ele conseguiu um habeas corpus na Justiça. Agora, a defesa do empresário afirma que vai trabalhar pela revogação, também, da prisão temporária, alegando que não há motivos para que ele permaneça detido.
O Caso Fiji
A Fiji Solutions tem como fundadores Bueno Aires José Soares Souza, Emilene Marília Lima do Nascimento e Breno de Vasconcelos Azevedo, com sede em Campina Grande. A empresa trabalhava com locação de criptoativos e prometia pagamentos mensais fixos.
Ainda no mês de março, a Fiji recebeu uma recomendação do MPPB para fazer os pagamentos aos clientes em até 72 horas, prazo que se esgotou no dia 20. As reclamações tiveram início no dia 10 de fevereiro. Depois, a Fiji informou ao MP que iniciaria os pagamentos aos clientes o dia 23 do mesmo mês, previsão que também não se concretizou.
O MP solicitou o bloqueio do patrimônio da empresa e bens pessoais dos três sócios, incluindo imóveis, automóveis, aplicações e valores localizados em instituições financeiras. O órgão também sugeriu multa diária de R$ 100 mil e condenação no valor de R$ 5 milhões.
As investigações apontam movimentações que ultrapassam R$ 600 milhões.
Agenda Política