A Polícia Civil do Paraná descartou, nesta quinta-feira (14), que tenha havido motivação política no assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, na semana passada. O algoz do crime, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado em razão de motivo torpe.
O crime ocorreu durante a festa de 50 anos da vítima, com tema do PT. Os tiros teriam ocorrido depois que a vítima, ao ser provocada pelo acusado, jogou pedras e areia no interior do carro onde estava o autor dos disparos com a esposa e o filho. “É complicado dizer que o autor queria impedir de exercer os direitos políticos da vítima”, declarou a delegada chefe da Divisão de homicídios, Camila Cecconello, em entrevista coletiva.
Segundo a investigadora, o autor do crime, ao saber que a vítima estava comemorando o aniversário com o tema do PT, foi ao local e ligou o som com um jingle do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesse momento, Marcelo Arruda sai para fora do salão onde acontecia a festa, quando jogou areia e pedras no carro do acusado.
“A gente avalia que, quando ele chegou ao local, ele não tinha a intenção de fazer disparos, [ele] tinha a intenção de provocar. A escalada da discussão acabou fazendo com que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Parece mais uma coisa que acabou virando pessoal entre duas pessoas que discutiram por motivação política”, disse a delegada.
“Fica claro que houve provocação e discussão em razão das opiniões políticas”, afirmou Cecconello.
A defesa da vítima reafirmou que a motivação do crime foi intolerância política. O MP (Ministério Público) tem autonomia para inserir na denúncia outras qualificações ao crime.
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