As lideranças do novo partido ‘União Brasil’ precisam demonstrar maior afinidade política se quiserem fazer jus ao nome da legenda, que nasce com a fusão do DEM e PSL e que tem por objetivo, em tese, ser uma alternativa política para 2022 e uma nova força política o Congresso.
Se no cenário nacional o partido surge com a perda de dezenas de deputados e até de ministros do Governo Federal, a exemplo de Tereza Cristina (Agricultura), e Onyx Lorenzoni (Trabalho) – embora ainda assim torne-se a maior bancada do Parlamento – nos estados as divergências ameaçam a tão sonhada unidade.
Um exemplo acontece em São Paulo, onde o ‘União’ segue dividido entre apoiar uma candidatura do vice-governador, Rodrigo Garcia (recém-saído do DEM para o PSDB), e a outra ala que prefere o nome do ex-governador Geraldo Alckimin.
No Rio de Janeiro, a dificuldade fica entre o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM), ligado ao pastor Silas Malafaia, e o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, presidente do PSL local. Ao contrário das cúpulas do DEM e do PSL nacional, não existe convergências por lá.
Na Paraíba, o deputado federal Efraim Filho (DEM), pré-candidato ao Senado e integrante da Executiva Nacional da nova sigla, tem dito que não há conflitos com o deputado federal Julian Lemos (PSL), mas que a futura comissão provisória ainda será definida. Ele prega uma gestão ‘compartilhada’.
Mas o prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo (DEM), disse em entrevista na Arapuan FM, que foi convidado por Lemos para ser o vice-presidente da sigla no estado, e que o parlamentar já teria adiantado a ele que será o futuro presidente da legenda na Paraíba.
Aparentemente, trata-se de uma primeira divergência no partido, em âmbito estadual. Divergência num partido que nasce com propósito de convergir pensamentos em prol do interesse público. Indubitavelmente, o União Brasil precisa se unir para fazer jus ao nome de batismo.
Felipe Nunes