Lula afirma que impeachment de Dilma, supervisionado pelo STF, foi ‘golpe de Estado’

Publicado por: Felipe Nunes em

Lula da Silva, Alberto Fernandes e Evo Morales / Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da República, Lula da Silva (PT), disse em discurso nesta segunda-feira (23.01), durante agenda em Buenos Aires, na Argentina, que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, foi um “golpe de Estado”. O petista estava ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia Evo Morales.

“Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado. Se derrubou a companheira Dilma Rousseff com um impeachment. A 1ª mulher eleita presidenta da República do Brasil”, declarou Lula.

Ainda segundo o petista, depois da saída de Dilma do Palácio do Planalto, “o Brasil entrou num retrocesso que jamais imaginei que o Brasil poderia entrar”, completou. A fala de Lula foi considerada, por internautas nas redes sociais e alguns juristas, como um ataque às instituições, já que o processo é constitucional.

Impeachment de Dilma Rousseff

A ex-presidente Dilma Rousseff teve seu 2º mandato encerrado em 31 de agosto de 2016, após intensa pressão popular nas ruas. O processo de impeachment passou pelo Congresso Nacional e foi supervisionado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na Câmara, a destituição da então presidente teve 367 votos a favor, 137 contra e 7 abstenções. Já no Senado, foram 61 votos favoráveis e 20 contrários. A sessão no Senado foi comandada pelo então presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, que havia sido indicado para a Corte pelo próprio Lula. Ao afirmar tratar-se de um golpe de Estado, o presidente demonstra desprezo pelo processo legal de impeachment. O mandato de Dilma foi cassado por infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem como pilares o planejamento, a transparência, o controle e a responsabilidade.

Agenda Política com Poder360

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