Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), presidido pelo economista paraibano Erik Figueiredo, prevê uma queda nos índices de extrema pobreza no país em 2022. A pesquisa analisa os impactos da recente ampliação do Auxílio Brasil sobre a extrema pobreza no país, a evolução dos indicadores de insegurança alimentar, e a interação do programa social com o mercado de trabalho.
Uma das conclusões do estudo é que o aumento do repasse do Programa Auxílio Brasil representou, entre janeiro e agosto de 2022, aproximadamente 2,5 vezes a perda de renda do trabalho das famílias pobres em decorrência da pandemia de Covid-19.
Enquanto previsões do Banco Mundial apontam para 115 milhões de novos pobres no mundo por conta da pandemia, a nota estima que, no Brasil, a tendência é contrária, com a projeção de uma redução da taxa de extrema pobreza para 4,1% em 2022, diz o IPEA.
Em 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) previu que a taxa de extrema pobreza brasileira saltaria de 5,1% para 9,5%, um incremento de mais de 3,2 milhões de famílias nessa condição.
O estudo avaliou se o Auxílio Brasil tem compensado a perda de renda do trabalho das famílias mais pobres, se a elevação do benefício tem gerado ganho do poder de compra para os beneficiários, e se os dados de doenças associadas à fome apresentaram alguma evolução após 2019.
Em todas as regiões do país, segundo o Ipea, houve uma relação diretamente proporcional na quantidade de empregos formais gerados e famílias acrescidas ao Auxílio Brasil. Em média, para cada mil famílias incluídas no Auxílio Brasil, há a geração de 365 empregos formais.
O estudo, intitulado “Expansão do Programa Auxílio Brasil: Uma Reflexão Preliminar”, detectou o crescimento da prevalência de desnutrição e insegurança alimentar no Brasil, no período da pandemia da Covid-19. Esse cenário não impactou, porém, os indicadores de saúde ligados à prevalência da fome: entre 2018 e 2021, o número de internações relacionadas à desnutrição e ao marasmo nutricional apresentou queda.
“Em 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) previu que a taxa de extrema pobreza brasileira saltaria de 5,1% para 9,5%, um incremento de mais de 3,2 milhões de famílias. Felizmente, essas expectativas foram frustradas e a expectativa, como será demonstrado a seguir, é de uma redução expressiva na taxa de pobreza até o final de 2022.
Nesse sentido, a ampliação recente do Auxílio Brasil certamente impactará os números da pobreza estimados com base nos dados do final de 2021”, enfatizou o estudo.
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Agenda Política com informações do IPEA