Eleições 2024: os desafios de Cícero Lucena e de Bruno no caminho para a reeleição

Publicado por: Felipe Nunes em

O caminho para a reeleição é favorável para quem estar no poder quando se fala em disputas eleitorais para cargos majoritários. Historicamente, na Paraíba, quem está com a máquina tem maior facilidade de vencer nas urnas a oposição, principalmente quando se tem resultados a mostrar.

Em 2024, embora o cenário político seja de favorecimento e de tendência positiva de reeleição para os prefeitos dos dois maiores colégios eleitorais da Paraíba, a conjuntura se revela desafiadora para Cícero Lucena (PP), prefeito de João Pessoa, e para Bruno Cunha Lima (PSD), prefeito de Campina Grande, tanto no aspecto administrativo quanto no campo político.

Começando por João Pessoa, os desafios são imensos. Recentemente, a Capital foi surpreendida com a terceira mudança no comando da secretaria de saúde, uma das principais pastas e a que tem um dos maiores gargalos da administração. Com a saída de Luís Ferreira, ainda não se sabe se prefeito manterá no posto Janine Lucena, sua filha, ou se indicará um substituto para esta árdua missão.

É claro que a culpa pelas dificuldades não está somente em Cícero, mas num histórico de gestões que não avançaram muito. Falta eficiência no atendimento dos postos de saúde e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), apesar dos esforços e de avanços pontuais, como aquele ocorrido no Ortotrauma de Mangabeira.

Entretanto, a cobrança recai sobre o atual gestor. O mesmo acontece no campo da mobilidade urbana, em que a cidade está cada vez mais “travada”. No campo ambiental, com a erosão da barreira, no econômico e no social, os problemas são diversos.

Mas também ocorrem na política os desafios de Cícero Lucena. Contando com o apoio do governador João Azevêdo (PSB), o prefeito espera ter mantida a aliança com os socialistas para o ano que vem, apesar dos recados “velados” de algumas figuras da agremiação aliada que não deixam passar a hipótese de candidatura própria.

Por outro lado, enquanto a aliança com o PSB parece encaminhada, com a garantia do governador, ainda há uma dúvida sobre a eventual aliança do Partido dos Trabalhadores com o prefeito, que iniciou uma aproximação com a esquerda visando obter o apoio do presidente Lula (PT).

Se de um lado o prefeito pode ter o apoio do presidente da República, como ficam seus aliados de direita alinhados com o bolsonarismo e que fazem parte da gestão municipal?

Parece que Cícero já fez a sua escolha, mas ainda não é possível dizer quais serão os reflexos disso no leque de candidaturas oposicionistas e nas eleições propriamente ditas.

O prefeito terá que colher os frutos de suas decisões políticas e administrativas.

Desafios de Bruno Cunha Lima

Os desafios de Bruno Cunha Lima também se repetem no campo administrativo e na seara política.

No âmbito da gestão municipal, é possível dizer que houve um certo desgaste no tocante a problemas relacionados a unidades hospitalares, como a maternidade ISEA, que passou por alguns problemas elétricos e que, apesar de “pontuais”, marcaram a administração.

O embate com alguns grupos de servidores municipais também causou certo desgaste perante a opinião pública, embora a prefeitura diga que as demandas são atendidas e que há um movimento político por trás dessa ação.

Os desafios se repetem, também, na mobilidade urbana e em aspectos sociais e econômicos de Campina Grande.

Entretanto, por lá, Bruno Cunha Lima tem se empenhado em reverter a situação com investimentos através de empréstimos bilionários, oriundos de acordos com bancos públicos, em que promete implementar “o maior pacote de obras da história de Campina Grande”, com ações nas áreas de infraestrutura, turismo e saúde.

Os recursos foram liberados com a ajuda de um novo aliado político: o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB).

Ocorre que a redenção do prefeito, através do maior pacote de obras intermediado pelo novo aliado, também pode ser a sua dor de cabeça, já que esse movimento pode vir a provocar um rompimento de Bruno com o deputado federal Romero Rodrigues (PSC).

Romero, que decidiu recentemente se manter no Podemos e disse que é ‘candidato’ a concluir o mandato em 2026, é cortejado pelo partido Republicanos, da base do governador João Azevêdo (PSB), para disputar a eleição em Campina Grande, contra Bruno, pela posição.

Bruno corre contra o tempo para impor sua administrativa e, ao mesmo tempo, no sentido de reunir em um só palanque adversários históricos e, assim, garantir a sua reeleição.

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