2022: disputa pelo Senado expõe ‘convulsão’ na direita da Paraíba

Publicado por: Felipe Nunes em

A eleição nem começou, mas a disputa pelo Senado expôs uma aparente ‘convulsão’ na base do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Paraíba. Na manhã desta terça-feira (15), o assessor do Banco do Nordeste, Bruno Roberto (PL), disse que não recua de sua postulação e expôs divergências com o pastor Sérgio Queiroz, que tem dado sinais de que deseja estar na eleição desse ano.

A primeira declaração partiu de Bruno Roberto, durante a inauguração do Centro Interdisciplinar de Doenças Rara, no Bairro dos Bancários, evento que contou com as presenças do ministro Marcelo Queiroga e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O filho de Wellington Roberto, presidente estadual do PL, afirmou que não tem ‘a menor possibilidade’ de desistir da disputa para o pleito deste ano’ e sugeriu a Sérgio Queiroz que busque outra legenda se quiser disputar o mesmo cargo a fim de não ‘convulsionar’ a base do presidente Jair Bolsonaro.

“Ele tem autonomia de decidir por conta própria e buscar outros partidos, mas nosso objetivo é agregar e construir um palanque robusto para o presidente Jair Bolsonaro. Os que queiram convulsionar essa harmonia não serão bem-vindos”, disse ao autor do blog.

Quase no mesmo instante, o pastor Sérgio Queiroz foi a uma rede social e fez uma publicação, interpretada como uma resposta direta a Bruno Roberto. “Quando temos uma missão de vida, nada nos para, só Deus. Jesus foi um “intruso” dentro do sistema. Ele trouxe convulsão pois trazia consigo uma mensagem indigesta. Quem é cristão e não produz certos transtornos na “polis” precisa reavaliar a vida”, escreveu.

Sérgio Queiroz segue sem partido e nos últimos dias deu início a uma série de reuniões com pastores paraibanos, supostamente em busca de apoios para sua pré-candidatura ao Senado. Ele também se reuniu com o pré-candidato ao Governo do Estado, Nilvan Ferreira (PTB), e com o deputado estadual Wallber Virgolino (Patriota).

Fontes ligadas ao líder evangélico dizem que ele oficializa nos próximos dias a decisão de disputar ou não o Senado. A condição é estar ao lado do presidente Jair Bolsonaro. O desafio é justamente encontrar um partido que abrace a causa.

Ambos os lados da corda têm apoios. No mesmo dia em que Bruno Roberto esteve ao lado de Marcelo Queiroga, no bairro dos Bancários, o pastor recebeu o ministro Onyx Lorenzoni em solenidade do Ministério do Trabalho e Previdência, no Centro de Convenções Cidade Viva, no bairro Aeroclube.

O fato é que a palavra ‘convulsão’ expôs a divisão na base conservadora na Paraíba, tendo como pano de fundo a disputa pelo Senado. Quem será o árbitro a contornar a disputa, a fim de não atrapalhar o projeto de reeleição de Jair Bolsonaro em âmbito estadual?

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