Servidor exonerado do TSE fala em ‘cortina de fumaça’; em depoimento à PF, disse ‘temer’

Publicado por: Felipe Nunes em

TSE – Tribunal Superior Eleitoral
Urna eletrônica / Foto: reprodução

O servidor Alexandre Gomes Machado, exonerado na noite desta terça-feira (25) do cargo de assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que “estão tentando criar uma cortina de fumaça” sobre a exoneração ocorrida horas após a campanha do candidato Jair Bolsonaro (PL) protocolar uma petição para sustentar a denúncia de que há discrepâncias entre as inserções publicitárias das duas campanhas. As informações são da CNN Brasil.

A exoneração de Machado foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na manhã desta quarta. Ele exercia o cargo de coordenador do pool de emissoras e era o responsável pelo recebimento dos arquivos com as peças publicitárias e da disponibilização no sistema eletrônico do TSE, para que sejam baixadas pelas emissoras de rádio e TV.

“Eu não fiz nada de errado e fui exonerado sem saber o motivo e sem nenhum tipo de conversa”, explica o ex-servidor. Em nota, o TSE afirmou que a exoneração de Machado “faz parte das alterações que o presidente da corte, Alexandre de Moraes, tem promovido em sua equipe após assumir o cargo”.

A contestação da campanha de Bolsonaro em relação às divergências nas inserções publicitárias, sobretudo na região nordeste do país, está baseada em um documento elaborado pela empresa de auditoria de mídia Audiency Brasil Tecnologia Ltda. Os dados da auditoria apontam que as emissoras deixaram de veicular mais de 150 mil inserções de propaganda eleitoral do presidente.

Questionado sobre o processo de disponibilização e inserção das peças publicitárias enviadas pelas campanhas do Partido Liberal (PL) e do Partido dos Trabalhadores (PT), Machado explicou que é de fácil verificação no site do TSE que todas as peças foram disponibilizadas e que ele não fiscaliza se as rádios pegaram os conteúdos.

“Em tese, eu não tenho nada a ver com a fiscalização. O meu trabalho é fazer com que as rádios tenham o conteúdo. Eu tinha feito todo o meu trabalho e achei que estava tudo tranquilo”, justifica Machado. Alexandre Machado ocupava o cargo do qual foi exonerado no TSE desde abril deste ano. Anteriormente, ele já havia trabalhado no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) e no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Depoimento na PF

Em depoimento à Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (26), o servidor disse ter informado as supostas falhas na fiscalização e no acompanhamento na veiculação das inserções da propaganda eleitoral gratuita. Ele afirmou que, desde o ano de 2018, informava reiteradamente ao tribunal sobre as irregularidades. O servidor também pediu proteção à PF para preservar sua integridade física.

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