O senador Sérgio Moro (União-PR) e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (NOVO-PR) comemoraram a informação de que o juiz Eduardo Appio admitiu ter mantido uma conduta imprópria no comando da 13ª Vara Federal de Curitiba e desistiu da função. O magistrado estava afastado da função após ser acusado de telefonar para o filho de um dos desembargadores do TRF-4 e ameaçá-lo.
Por meio de um acordo promovido pelo Conselho Nacional de Justiça entre o juiz e o TRF-4, o magistrado desistiu de tentar reassumir o comando da 13ª Vara de Curitiba e o processo administrativo no qual ele era investigado pelas ameaças ao filho do desembargador será arquivado.
Os desembargadores do TRF-4 queriam que Appio admitisse ter telefonado e ameaçado o filho do desembargador, mas o magistrado apenas admitiu “conduta imprópria”, não definindo se fez ou não o telefonema.
Moro e Deltan
“O LUL22 admitiu ser um juiz impróprio. Não é um adjetivo suficiente para a obra, mas é um começo”, afirmou Moro através das redes sociais após tomar conhecimento da decisão. O senador sempre admitiu postura crítica ao magistrado desde que ele assumiu a Vara da Lava Jato, que anteriormente havia sido comandada pelo próprio Moro. Moro e Appio discordam sobre a legalidade da condução e sobre os resultados obtidos pela Operação Lava Jato.
O Lul22 admitiu ser um juiz impróprio. Não é um adjetivo suficiente para a obra, mas é um começo. pic.twitter.com/noZkW8klSt
— Sergio Moro (@SF_Moro) October 18, 2023
“Agora, resta saber se o CNJ, que foi brando com o juiz LUL22, vai punir os outros juízes que fizeram um excelente trabalho na Lava Jato e contribuíram muito para o combate à corrupção no país.”, definiu Deltan Dallagnol em publicação que criticou o magistrado e defendeu a Operação Lava Jato.
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LUL22
Durante um período de sua carreia, Appio utilizou a sigla LUL22 para acessar o sistema da Justiça Federal. Segundo o magistrado ele o fez como forma de protesto contra a prisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em decorrência da Operação Lava Jato, pois considerava o processo que o condenou ilegal.