Candidatos mais bem posicionados em pesquisas para a Presidência / Agenda Política
Faltando apenas oito dias para as eleições do dia 02 de outubro, as pesquisas eleitorais com as intenções de votos para a Presidência da República estão no centro das discussões envolvendo a polarização nacional entre o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, e o ex-presidente Lula (PT), que tenta voltar ao Poder doze anos após ter deixado o comando do país.
Embora pesquisas de institutos mais conhecidos, como Datafolha, IPEC e Quaest apontem a existência de uma vantagem considerável para Lula, o que é encarado como possibilidade de vitória para o petista ainda no primeiro turno, do outro lado, aliados de Bolsonaro apostam no sentimento das ruas, que segundo eles apontam uma tendência diferente do que mostram os números.
Além do desgaste causado pelo discurso político, as divergências entre os próprios institutos de pesquisas, que apresentam resultados diferentes no que tange à distância entre os dois principais candidatos, alimentam ainda mais as contestações sobre os resultados apresentados por cada levantamento.
Ao que parece, o único consenso entre a maioria das empresas é sobre a inviabilidade de um nome da chamada “terceira via” avançar para a segunda etapa do pleito. Nem Ciro Gomes (PDT) nem Simone Tebet (MDB) conseguiram empolgar o eleitorado. Sobre a disputa pelo primeiro lugar, entretanto, o que há mesmo é um falso consenso quando se leva em conta alguns dados específicos.
Divergências
Gráfico mostra que institutos divergem sobre real distância entre Lula e Bolsonaro, a ponta de ‘mudar’ a posição de quem lidera a corrida presidencial / Agenda Política
Na reta final para as eleições, os números até aqui divulgados mostram que a distância entre Bolsonaro e Lula varia de 0,1% a 16 pontos, dependendo do instituto de pesquisa observado. A posição sobre quem lidera também não é unanimidade.
Lula lidera
O último levantamento do IPEC, da TV Globo, revela a maior distância entre os dois concorrentes. O levantamento foi presencial e a margem de erro é de 2,0 pontos.
Em seguida, o Datafolha mostra um cenário semelhante, com 14 pontos de diferença entre os dois candidatos. As duas pesquisas foram contratadas e divulgadas pela Rede Globo.
Também no formato presencial, os levantamentos Quaest (10,0), e Poder Data (7,0) apresentam distâncias menores, mas semelhantes com o que apostam a IPESPE (11,0) e BTG/FSB (9,0), realizadas por telefone.
Bolsonaro lidera
Esses números divergem profundamente do que publicaram outros institutos de pesquisas, que embora menos alardeados, têm igualmente uma trajetória longa no campo das estatísticas, a exemplo da Paraná Pesquisas, que mostra uma distância de apenas 3,7% entre Lula e Bolsonaro, com empate técnico dentro da margem de erro.
Mais curioso ainda é o número da Brasmarket, divulgado nesta sexta-feira (23): nela, o presidente Jair Bolsonaro, ao contrário do que dizem DataFolha, Quaest e IPEC, lidera a corrida presidencial, colocando 13,9 pontos na dianteira do ex-presidente Lula.
Diferenciando-se de todas as outras, a pesquisa Futura/Modalmais mostra um cenário de extremo empate técnico, com uma vantagem de 0,1% pró-Bolsonaro.
Sem entrar no mérito sobre o eventual vencedor do pleito no próximo dia 02, um fato já pode ser constatado: as discrepâncias entre uma pesquisa e outra precisam de uma reflexão aprofundada, para além do discurso sobre metodologias diferenciadas. Se o foco dos levantamentos são números, os resultados devem apresentar o mínimo de coerência e similaridade, quando apurados sob condições semelhantes e justas de apuração.
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