Normalidade institucional: em 1ª viagem, Lula utiliza jatinho de empresário que foi preso na Lava-Jato

Publicado por: Felipe Nunes em

Lula viaja em jatinho de amigo empresário / Foto: reprodução

Eleito com 60 milhões de votos, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa, para muitos, o retorno à normalidade política e institucional do país após 4 anos turbulentos do governo Jair Bolsonaro (PL). Tendo triunfado nas urnas após anulação de suas condenações e 580 dias de prisão, a expectativa é que o petista não cometa erros dos seus dois mandatos anteriores.

Mas as expectativas foram, em parte, frustradas nesse pós-eleição. Primeiro, com a declaração de Lula sobre a não observância do teto de gastos, visto como mecanismo primordial para manter de pé a economia brasileira. E agora, com viagem do petista ao Egito para participar da COP27, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para fazer sua primeira viagem internacional, o presidente eleito utilizou-se de um avião de José Seripieri Junior, empresário ex-dono da Qualicorp e dono da QSaúde. O jato cedido é do modelo Gulfstream G600 e tem capacidade para transportar 12 pessoas.

Quem é José Seripieri?

Em julho de 2020, o empresário José Seripieri Júnior foi preso temporariamente pela Polícia Federal em operação que investigava suposto esquema de caixa 2 na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014.  A operação que foi batizada de Paralelo 23, foi um desmembramento da Lava Jato.

De acordo com as investigações, Seriepiei Indicou pagamento de R$ 5 milhões não contabilizados, feitos a mando de Júnior, à campanha do tucano. Segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), as doações foram feitas em duas parcelas de R$ 1 milhão e uma de R$ 3 milhões.  Depois de ficar 4 dias preso, a Justiça Eleitoral de São Paulo ordenou a soltura do fundador da Qualicorp e de outros 2 empresários. 

No início de novembro de 2020, Serra, José Seripieri Filho, e outros 2 empresários se tornaram réus na Justiça Eleitoral em São Paulo. O grupo foi acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa 2.  No fim de 2020, fechou com a PGR um acordo de delação premiada pelo qual pagou uma multa de R$ 200 milhões.

Moral da história

Pode não ser ilegal, como de fato não é, a carona do presidente eleito, Lula, no avião do amigo empresário, mas não é essa a normalidade institucional que os milhões de eleitores que votaram nele esperam de seu novo governo, que ainda nem começou e já tem dado muito (mal) o que falar.

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