A madrugada desta quarta-feira (10) foi marcada por celebração no núcleo bolsonarista. Enquanto a Câmara aprovava, por 291 votos a 148, o chamado PL da Dosimetria, que reduz penas aplicadas a condenados por atos antidemocráticos após 30 de outubro de 2022, Michelle Bolsonaro acompanhava cada etapa da votação e comemorava nas redes sociais.
O projeto, articulado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com apoio do Centrão, é visto pelo clã Bolsonaro como um passo direto para reduzir a pena do ex-presidente, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Comemoração em tempo real
Por volta da 1h, Michelle compartilhou um storie do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) anunciando o início da votação. Após a aprovação, às 3h, ela voltou à rede para festejar, divulgando outro vídeo de Crivella celebrando o avanço do texto.
No registro, Crivella afirma:
“Não é o texto que eu sonhava, mas foi o possível.”
Em seguida, o parlamentar anuncia que apresentará ainda hoje seu projeto original, que prevê não apenas a libertação de Jair Bolsonaro, mas também indenização às famílias dos condenados — incluindo, segundo aliados, a da própria Michelle.
Michelle já reivindica reparação
Após a divulgação do vídeo, aliados próximos afirmaram que Michelle vê o avanço do PL como reconhecimento de que houve “abusos jurídicos” nas condenações e já discute nos bastidores a defesa de algum tipo de reparação financeira pela prisão do marido.
Crivella reforçou publicamente essa tese, dizendo que apresentará uma proposta para que “as famílias que perderam seus familiares possam ser indenizadas”, em referência aos presos nos atos golpistas.
Afastamento “fake” e atuação política contínua
Mesmo após anunciar um afastamento médico da presidência do PL Mulher, Michelle manteve intensa articulação política. Na terça-feira (9), participou de uma reunião com senadores, deputados e dirigentes regionais do partido, sinalizando que sua atuação segue firme, apesar de ter sido preterida internamente como possível candidata à Presidência.
A ex-primeira-dama também visitou Bolsonaro na prisão e levou ao marido um livro religioso sobre “batalhas espirituais”, do pastor JB Carvalho.
Um novo movimento no bolsonarismo
A aprovação do PL da Dosimetria se soma à pressão do núcleo bolsonarista por uma anistia mais ampla, agora fortalecida pela atuação pública de Michelle, que ensaia um protagonismo político enquanto seu marido permanece preso.
Nos bastidores, dirigentes afirmam que Michelle pretende intensificar sua mobilização nacional. A aposta é que, com Bolsonaro inelegível e encarcerado, ela se torne a principal voz política do grupo, e agora, explicitamente, também sua maior defensora jurídica e financeira.
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