Esquerda pessoense segue sonhando com Cícero e vê Cartaxo como remédio amargo de ser engolido – Por Anderson Costa

Publicado por: A redação em

Em João Pessoa a tentativa da chapa Luciano Cartaxo e Amanda Rodrigues, ambos do PT, de se vender como o “Time Lula” da Capital além de não colar demonstra a falta de recursos para o agrupamento formado em meio a guerras internas. A verdade é que o deputado estadual e ex-prefeito não era o nome preferido pelas bases petistas, esse nome era definitivamente Cida Ramos. A militância preferia marchar com a parlamentar ainda que saísse derrotada do que defender o nome de alguém que deixou o PT no auge da operação calvário.  

Ao mesmo tempo, dentre os caciques da esquerda o nome de Cartaxo também não era preferência. Estes que estão mais atentos para a política de fato e todo o pragmatismo que ela exige de quem a faz, entendiam que o melhor caminho em termos de fortalecimento do campo progressista na cidade que viu Jair Bolsonaro ser o candidato à presidência mais votado durante as eleições de 2022 era a composição de um grande bloco que se projetaria da candidatura de Cícero Lucena neste ano e desembocar ia no pleito de 2026.  

Pois bem, para estes que sonharam com o nome de Cícero unificando partidos com viés de esquerda em João Pessoa, o sonho morreu na fronha. Não houve acordo e a força de nomes como Luiz Couto e principalmente Ricardo Coutinho garantiram que o PT teria candidato à Prefeitura da Capital e que este seria Cartaxo. Prego batido, ponta virada e imposição feita, o deputado buscou o apoio de outros partidos de esquerda como forma de consolidar o discurso progressista em oposição à atual gestão municipal. Novamente sem acordo, ainda dentro de casa. 

Podemos assim dizer, pois PV e PCdoB, partidos que integram uma federação em conjunto com o Partido dos Trabalhadores, Cartaxo não teve o nome bem aceito e os partidos declararam que apoiarão Cícero independente da decisão que seja tomado pelo comando nacional da união partidária. A rejeição de dois partidos tão íntimos ao PT, um dos quais, Luciano recentemente integrava, demonstra que não há imposição de comandos que faça o filiado deixar de ter opinião e desejos próprios.  

Resta saber o que será da esquerda em João Pessoa tendo que engolir o remédio amargo receitado pelo comando nacional do PT enquanto tenta convencer a Cícero de que ainda os têm como aliados. A esquerda de João Pessoa ensaia para sair ainda mais esfacelada desta disputa eleitoral. 

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