Enquanto o governo do presidente Lula da Silva (PT) se recusa a assinar um manifesto, feito por 55 países, contra as violações praticadas por Daniel Ortega, na Nicarágua, e a favor da população daquele país, o PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, condenou por meio de nota pública as violações dos Direitos Humanos praticadas pelo “regime ditatorial” em prática por lá.
Trata-se de uma divergência clara na abordagem do assunto, no campo da política externa, entre os partidos que dividem o Palácio do Planalto, já que o governo Lula, durante reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, na Suíça, no último dia 03, se recusou a condenar a ditatura.
No documento divulgado pelas redes sociais, o PSB afirma que, advogando a causa do “socialismo democrático”, “não pode ficar indiferente às flagrantes violações dos direitos humanos, detenções arbitrárias, julgamentos e execuções sumárias, assassinatos e tortura contra dissidentes políticos, dentre outras práticas típicas de regimes ditatoriais, que ocorrem na Nicarágua”.
A nota, assinada por Carlos Siqueira, presidente da legenda, manifesta “seu mais amplo e total repúdio às práticas ditatoriais do senhor Daniel Ortega” e se solidariza com o povo nicaraguense, que na visão do partido “precisa de um futuro que não reproduza o passado de violência política e social a que vem sendo submetido desde há muito”, enfatizou.
“Salientamos, por fim, que a democracia é um valor universal, razão pela qual não cabe transigir em qualquer grau com aqueles que a desafiam, em especial quando isso se dá de modo violento e até mesmo sanguinário”, finaliza a nota do partido de Alckmin.
A posição do Brasil na ONU chamou a atenção do mundo, mas não é necessariamente uma surpresa, já que Lula e Ortega são conhecidos de longa data. Mas, ao divergir publicamente do PT e de Lula nesse quesito da política externa, qual é a sinalização que o PSB busca dar ao país e à comunidade internacional? Eis a questão.
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