A divisão na direita política paraibana ficou ainda mais exposta, nesta segunda-feira (30), após mais uma troca de farpas entre o deputado federal Wellington Roberto, presidente do PL, e o pré-candidato ao Senado pelo PRTB, pastor Sérgio Queiroz. O motivo é a dificuldade de ambos os grupos em firmar uma composição e a disputa pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, Wellington Roberto chamou Sérgio Queiroz de “falso profeta” e “pregador do ódio”. A fala dividiu as opiniões de lideranças conservadoras na Paraíba. Mais do que uma guerra de palavras, a disputa pode colocar em risco o projeto bolsonarista no estado.
“Ele nunca defendeu o nome do presidente nem quando esteve no Governo. Esse falso profeta, esse que se diz defensor da direita, está sendo lastreado por alguém de outra chapa, que também não conseguiu fazê-la, como a chapa do governo”, avaliou. “Estamos vacinados contra esse tipo de pessoas que, repito, não conseguem produzir e tentam desagregar”, acrescentou o deputado.
A declaração de Roberto foi uma resposta a Sérgio Queiroz, que a uma emissora do sertão, convidou o PL para uma “unificação” que passaria pela retirada da pré-candidatura de Bruno Roberto ao Senado. Nesse cenário, o filho de Wellington seria vice de Nilvan Ferreira, pré-candidato ao Governo do Estado, e o pastor continuaria na condição de pré-candidato ao Senado.
A chapa do PL é composta, a princípio, por Bruno Roberto ao Senado, tendo como suplentes o assessor especial do presidente da República, Tércio Arnaud Tomaz, e o pastor Isaac Venerando, filho do presidente da Assembleia de Deus na Paraíba, José Carlos de Lima. “Cada um cuide do seu terreiro, aqui não cabe esse rapaz”, disse Roberto.
Em resposta, também à Rádio Arapuan, Sérgio Queiroz chamou a declaração do deputado de “grosseria” e comparou a discussão entre os dois grupos com a história bíblica de “Davi contra Golias”. “O gigante humilhou Davi ao vê-lo, e Davi com muita humildade pegou algumas pedrinhas com uma funda e o fim da história todos nós sabemos”, disse. O pastor ainda busca uma composição para o Governo do Estado e não tornou públicos os nomes dos seus indicados para a suplência ao Senado.
O resultado imediato da divergência entre os dois grupos foi sentido entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que pelo menos nas redes sociais estão a se perguntar: qual o caminho a seguir? Há quem diga que se a disputa continuar dessa forma, o projeto bolsonarista poderá sair prejudicado em âmbito local.
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