O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo é pivô de um novo atraso na agenda de privatizações do governo Jair Bolsonaro, informou nesta segunda-feira (25) o jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, o paraibano contrariou a da área técnica do tribunal e colocou empecilhos à publicação do edital definitivo de venda da CBTU Minas, que prevê investimentos de quase R$ 3,5 bilhões na modernização da linha 1 e na implantação da linha 2 do metrô de Belo Horizonte. Ele é o relator do processo no órgão.
O relatório técnico da Secretaria de Infraestrutura Urbana do TCU, segundo o Valor Econômico, ficou pronto no dia 23 de junho e apesar de propor uma série de ajustes pontuais, não constatou irregularidades ou impropriedades que desaconselhem o regular prosseguimento do referido processo de desestatização.
O processo subiu, então, para o gabinete de Vital.
Ainda segundo o Valor, a expectativa do governo era que ele incluísse a pauta para deliberação no plenário do tribunal ao longo do mês de julho. Na semana passada, porém, o ministro assinou um despacho com dezenas de questionamento ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), à MRS Logística (concessionária de ferrovias de carga que usa parte da malha) e à própria Companhia Brasileira de Trens Urbanos.
Ao todo, Vital fez mais de 50 pedidos adicionais de informação. Os ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional, responsáveis pela privatização, ficaram surpresos com a iniciativa e acreditam que isso deverá atrasar em pelo menos um mês o encaminhamento do processo ao plenário do TCU. O governo corre contra o tempo para fazer o leilão até dezembro, quando termina o mandato de Bolsonaro.
Vital do Rêgo é irmão do senador Veneziano Vital (MDB), pré-candidato ao Governo da Paraíba apoiado pelo ex-presidente Lula, pré-candidato ao Palácio do Planalto contra Jair Bolsonaro.
Agenda Política com informações de Valor Econômico