O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), integrante da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, disse nesta quarta-feira (28), em declaração ao autor do blog Agenda Política, para o Sistema Arapuan, que eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade é um sinal de ‘perseguição política’ do Poder Judiciário, mas que vai resultar no fortalecimento do campo conservador no Brasil.
O parlamentar, que é aliado do pastor Silas Malafaia e um dos mais ferrenhos defensores de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, utilizando com frequência as redes sociais para fazer a defesa do ex-presidente em temas como o processo movido pelo PDT contra o líder da direita. “Caso se confirme o voto do relator pela inelegibilidade, fica claro e patente a intenção de perseguição política do TSE”, disse Sóstenes.
Segundo Sóstenes, o voto do ministro relator não tem “fundamento jurídico” ao determinar a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele lembra o que ocorreu na votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no Congresso Nacional, em que os direitos políticos da petista foram mantidos mesmo com a Constituição Federal determinando a perda desses direitos por 8 anos.
“Quanto mais se persegue um grupo político, mais esse grupo político cresce. A história prova isso”, considerou o parlamentar, que vê “perseguição” do sistema contra Bolsonaro. Sóstenes disse que a bancada bolsonarista vai utilizar instrumentos legislativos para resguardar os direitos políticos do ex-presidente, mas demonstrou descrença em relação à atuação do Senado, presidido pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD).
“Não vamos nos iludir, mas temos certeza de que se for confirmada a maldade contra Bolsonaro, o conservadorismo e a direita sairão ainda mais fortalecido”, avaliou. (OUÇA ABAIXO).
Inelegibilidade
O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação que pode tornar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela condenação e perda dos direitos políticos do ex-presidente, em sessão nesta terça-feira (27). Na avaliação do relator, ficou configurado abuso de poder político no uso do cargo e desvio de finalidade no uso do “poder simbólico do presidente e da posição do chefe de Estado” para “degradar o ambiente eleitoral”. A defesa de Bolsonaro nega as acusações.
Agenda Política