Autonomia do Banco Central: primeira divergência de Efraim com Lula repercute nacionalmente

Publicado por: Felipe Nunes em

Lula e Efraim Filho, senador pela Paraíba / Foto: reprodução

Repercutiu nacionalmente, nesta sexta-feira (03), a primeira divergência pública do senador Efraim Filho, líder do União Brasil, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), envolvendo a autonomia do Banco Central. O parlamentar paraibano condenou, por meio de nota, a ideia aventada pelo presidente sobre revisar a autonomia da instituição.

“Assegurar a estabilidade dos preços mostra uma menor flexibilidade da inflação, fomentando as oportunidades de emprego para a população”, opinou o parlamentar. Na avaliação de Filho, alterações no atual formato poderiam desencadear aumento de juros, inflação e dificultar o acesso a empréstimos.

A posição de Efraim foi uma resposta a Lula, que em entrevista à Rede TV! ontem, disse que pode buscar a revisão da autonomia do Banco Central quando terminar o mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, a quem chamou de “esse cidadão”. A resposta de Efraim reforça a linha oposicionista do paraibano. As declarações do parlamentar repercutiram em O Antagonista e no Brodcast, do Estadão.

Segundo Efraim, a modificação dessa independência teria efeitos drásticos, afetando o dia a dia do cidadão comum com juros, inflação e o acesso a empréstimos em condições “civilizadas”. “É necessário assegurar que decisões tão sensíveis para o bem-estar da população sejam planejadas e tomadas pensando a longo prazo, sem interferência de posições temporárias, pontuais e fixadas por conveniências de ocasião, independentemente de quem seja o governo do momento”, ressaltou.

E completou: “essa é uma questão que deve levar em consideração a economia da vida real, que afeta principalmente a população e vai muito além da alta do dólar ou da queda da Bolsa. São famílias que dependem da recuperação econômica do nosso país para retornar ao trabalho de forma digna, para garantir seu poder de compra, a carne no prato, a gasolina na moto, o botijão do gás, pagar a conta de energia de casa e colocar o pão na mesa todos os dias”.

Autonomia do Banco Central

A autonomia do Banco Central foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro do ano passado, por meio de lei aprovada pelo Congresso Nacional. Um dos objetivos da mudança é blindar o órgão de pressões político-partidárias.

Agenda Política

Share

Você pode gostar...