Mesmo sem se declarar como pretenso candidato à Prefeitura de João Pessoa, o ex-ministro da saúde, Marcelo Queiroga, vai se cacifando como nome do Partido Liberal para o debate de 2024 na Capital paraibana. Em nova entrevista ao Sistema Arapuan de Comunicação, nesta sexta-feira (19), ele negou que tenha comunicado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a intenção de ser o escolhido, mas opinou que o nome do partido precisa ter ‘representatividade e força’ para vencer as eleições municipais do próximo ano.
Queiroga reforçou que seu plano, nesse primeiro momento, é trabalhar para fortalecer o conservadorismo e unir o PL com foco nas eleições municipais, repetindo que “as eleições de 2024 ficam para 2024”. “O que existe, na realidade, é nosso trabalho em conjunto, sob o comando de Jair Bolsonaro e de Valdemar da Costa Neto, nossa bancada, deputados estaduais, vereadores eleitos em João Pessoa, uma forma de unir o nosso partido e vencer as eleições municipais, não só em João Pessoa mas em todos os grandes municípios”, disse.
Nos últimos quinze dias, é a terceira entrevista de Queiroga na Paraíba, falando sobre eleições de 2024. Em todas, apesar de não ter confirmado a intenção de se colocar como candidato, deixa claro que é uma voz que já está participando do debate eleitoral, e que é uma voz a ser ouvida. E mais: com linha direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.
Ele negou que já tenha comunicado a Bolsonaro a intenção de ser candidato, mas a simples hipótese levou expoentes do PL a pedirem mais diálogo da Executiva Estadual. Queiroga prega união. Questionado se é a pesquisa eleitoral o critério para a escolha do nome do partido, ele reforçou: o candidato precisa ser alguém capaz de representar o bolsonarismo e ter capacidade de vencer a eleição.
Quem tem, afinal, as características de representatividade e força para vencer a eleição contra Cícero Lucena, o atual prefeito? A impressão que fica é que, quando menciona esses adjetivos, Marcelo Queiroga, embora não se declare como este candidato, parece fazer uma tradução do seu próprio perfil, que alia o político ao técnico e tem o tempero de Bolsonaro.
O fato é que o ex-ministro não precisa dizer, com tanta antecedência que será candidato, mas é inegável que seu nome é uma opção que já não pode mais ser desconsiderada, nem por adversários, nem por aliados. Seu nome está posto no debate.
Agenda Política