Uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB) e pelas polícias Militar e Civil da Paraíba cumpre, nesta quinta-feira (06), sessenta mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Entorpecentes da Capital, no âmbito da Operação Incoerência.
Segundo o coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, a operação foi desencadeada pelas forças de segurança com o objetivo de se contrapor à expansão territorial de facção criminosa que atuam nos município de João Pessoa, em tese, com a participação de agentes políticos e de movimentos tidos como “sociais” para burlar um programa social na área habitacional.
A ação é resultado de investigações que revelaram que o tráfico de drogas e os crimes relacionados estariam sendo praticados por um grupo criminoso a partir da Comunidade Tito Silva, no bairro Miramar, com ramificações na comunidade Laranjeiras e nos bairros José Américo e Funcionários III.
Como funcionava o esquema?
De acordo com a investigação, o grupo criminoso burlou os objetivos do “Programa João Pessoa Sustentável”, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, que oferecia aos moradores de áreas de risco duas opções: realocação para moradias oferecidas pela prefeitura ou indenização de R$ 115.000,00.
O grupo criminoso percebeu essa situação como uma oportunidade de obter retornos financeiros de forma ilícita e burlar os objetivos do programa, retirando moradores para ocupar as casas e receber as indenizações ou até mesmo alugando os imóveis desapropriados, causando medo entre os moradores que se opõem aos criminosos.
A maioria dos mandados está sendo cumprida na Comunidade Tito Silva. Ao todo, participam quase 250 profissionais, divididos em 49 equipes da PM e Gaeco. Os mandados são relacionados a 54 pessoas, em 41 endereços. Incoerência faz referência à forma como o grupo criminoso burlou o programa social.
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