Wall Street Journal: ‘Esquerda quer amordaçar discurso no Brasil’

Publicado por: Felipe Nunes em

Bandeira do Brasil / Foto: Freepik

A principal articulista da publicação norte-americana The Wall Street JournalMary Anastasia O’Grady, disse em artigo publicado no último domingo (23), que a “esquerda brasileira tenta amordaçar o discurso político”. Ela abordou uma série de decisões judiciais que visam interditar o debate sobre fatos envolvendo o passado do ex-presidente Lula (PT), condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro.

Na avaliação de Mary Anastasia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é “liderado por um juiz [Alexandre de Moraes] notoriamente anti-Bolsonaro”. A articulista afirma que a Corte eleitoral “conquistou poderes extraordinários” que estão sendo usados “para amordaçar os críticos” do ex-presidente petista.

A jornalista americana lembra, no texto, que a Constituição brasileira proíbe a censura, mas ressalta que “a repressão descarada do tribunal à liberdade de expressão alarmou a nação”. O’Grady diz que Moraes não dá sinais de que vá recuar em suas decisões. “Se a democracia do Brasil está em risco, não está, como argumentam as classes tagarelas, por causa de Bolsonaro”, escreve.

O’Grady cita casos em que diz haver falta de fundamentação para as decisões do TSE. Entre elas, a desmonetização de canais do YouTube com conteúdo pró-Bolsonaro. A decisão foi dada pelo corregedor geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, e confirmada pelo TSE.

Outro exemplo dado pela articulista é a proibição de que uma fala do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, aparecesse em um programa de Bolsonaro, veiculado na TV em 19 de outubro, em que o magistrado aposentado diz que Lula não foi inocentado. No lugar da fala, aparece um QR Code que leva ao canal do Tribunal no WhatsApp. “A afirmação [de Marco Aurélio de Mello] é verdadeira mesmo que faça Lula eriçar”, afirma O’Grady

A articulista do WSJ diz que Lula “é particularmente sensível sobre sua condenação por corrupção em 2017”. A condenação, escreve O’Grady, “foi derrubada por um detalhe técnico em 2021”, fazendo com que Lula deixasse a prisão e pudesse concorrer à Presidência nas eleições de 2022.

Para “esconder” que está livre “por um detalhe técnico”, Lula teria pedido ajuda a Moraes. “Isso nos faz pensar como será o Brasil se Lula vencer”, finaliza a articulista. O’Grady escreve uma coluna semanal sobre política, economia e negócios da América Latina e do Canadá. Ela ingressou no WSJ em agosto de 1995 e tornou-se redatora sênior da parte de editoriais em dezembro de 1999.

Leia na íntegra, aqui.

Agenda Política com informações de Poder360 e WSJ

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