O destino do Partido da Mulher Brasileira (PMB), na Paraíba, tem sido alvo de uma disputa intensa e no mínimo curiosa, que envolve dois homens. O atual presidente da Comissão Provisória da agremiação, Luann Alves, busca permanecer à frente da sigla, enquanto o ex-presidente Ricardo Alvarenga quer retomar o controle com o apoio da Executiva Nacional do partido.
O pano de fundo da disputa entre os dois mandatários é a eleição de 2022. No último dia 05, Luann Alves comandou a convenção partidária que levou o partido para a coligação do deputado federal Pedro Cunha Lima (PSBD), candidato ao Governo do Estado, contrariando os interesses do grupo liderado por Ricardo Alvarenga.
A presidente nacional do PMB, Suêd Haidar, entrou com ação no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) para anular a convenção do partido. Ela alega, na ação, que a Comissão Provisória da Paraíba, presidida por Luann Alves, foi destituída em em 15 de julho.
A convenção do partido, no entanto, foi realizada com o aval de uma decisão liminar concedida pela Justiça Eleitoral. “Ocorre, que estamos diante de duas atas de Convenção estadual com conteúdo completamente distinto, uma presidida pelo Sr. Luann e outra pelo Sr. Alvarenga. Assim, faz-se mister que verifiquemos que apenas a convenção presidida pelo Sr. Alvarenga é válida, haja vista que, como já discutido anteriormente, o Sr. Luann não mais representa a comissão provisória estadual”, ressalta a representante nacional do partido.
Trata-se de um imbróglio recorrente na política brasileira, envolvendo disputas internas entre os partidos, mas que no caso específico desnuda uma deficiência do sistema eleitoral: nem os partidos criados supostamente para levantar a bandeira da emancipação feminina consegue se sobressair do embaraço partidário.
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