Presidentes do Uruguai e do Chile rebatem Lula sobre Venezuela: ‘não é narrativa’

Publicado por: Felipe Nunes em

Gabriel Boric e Lacalle Pou / Foto: reprodução

Os presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, rebateram nesta terça-feira (30),  durante a cúpula dos presidentes da América do Sul, em Brasília, as declarações do líder brasileiro, de que as violações dos Direitos Humanos na Venezuela seriam parte de uma “narrativa”.

De esquerda e de direita, os dois líderes reafirmaram que o que ocorre no país vizinho faz parte de uma realidade e se solidarizaram com os venezuelanos. No caso de Luis Lacalle Pou, as críticas, em tom de indignação e discordância, foram ditas durante a reunião, nas presenças de Lula e de Maduro.

“Devo dizer que fiquei surpreso quando se falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Já se sabe o que nós pensamos da Venezuela e do governo da Venezuela. Se há tantos grupos no mundo que tentam intermediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com o dedo. Coloquemos o nome que tem, e vamos ajudá-los”, afirmou Pou.

Na avaliação de Lacalle Pou, um dos pontos que estão sendo negociados na declaração conjunta na cúpula fala sobre democracia, direitos humanos e proteção às instituições. “Se esse ponto não existisse, eu não teria por que opinar sobre esse tema”, afirmou ele.

Em entrevista coletiva, Gabriel Boric, presidente do Chile, que é de esquerda, assim como Lula, rebateu o petista, citando o nome do presidente brasileiro.  “Expresso, respeitosamente, que tenho uma discrepância com o que disse o senhor presidente Lula, no sentido de que a situação dos direitos humanos na Venezuela foi uma construção narrativa, não é uma construção narrativa, é uma realidade, é grave e tive a oportunidade de ver, vi o horror dos venezuelanos. Essa questão exige uma posição firme”, afirmou.

De acordo com relatórios internacionais, a ditadura da Venezuela é responsável por milhares de mortes (cerca de 10 mil), além de prisões ilegais, cassações de mandatos e outras restrições de direitos. A fome, entretanto, é uma das piores mazelas do país, provocando a migração de 7 milhões de pessoas ao longo dos últimos anos.

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