O historiador Felipe Matheus nasceu em Valparaíso, no estado de Goiás, no Centro-Oeste brasileiro, mas foi em João Pessoa, cidade para a qual veio com sua família há 19 anos, em que ele construiu sua trajetória profissional e política. Mas apesar de estar se destacando como liderança entre a juventude de direita pessoense, o professor de história lembra que possui uma história de vida anterior à sua filiação a qualquer partido e que desde jovem já buscava atuar na Igreja Católica em algumas funções que lhe cabiam como leigo.
Felipe lembrou ao longo de sua conversa com o autor deste blog que logo após ser catequizado em 2005, ele passou a atuar como coroinha e foi assim ajudando sua paróquia de origem em outras áreas para as quais era convidado. “Também fui coordenador do setor de juventude da paróquia, coordenador de crisma, catequese, acólitos, etc. Participei da fundação do grupo de debates Gilberto Freyre, do instituto Leão XIII e da Associação Pró-vida Nossa Senhora das Neves”.
Segundo Felipe, a associação é um de seus projetos mais recentes, fruto de diálogos que ele estabeleceu com outras figuras proeminentes no meio católico e na política de João Pessoa que se propõem a combaterem o aborto na Paraíba e no Brasil.
Para além da associação e de outros projetos no campo da política, Felipe segue atuando profissionalmente, lecionando como professor de história e mantendo o projeto pessoal, Gazeta Parahyaba, que além de apresentar um relato histórico sobre a Paraíba e a Igreja no Brasil, também apresenta para os seus leitores colunas, entrevistas e artigos que buscam trazer aos seus leitores reflexões sobre o Brasil atual.
Com uma descoberta pelo desejo de lecionar ainda no início da adolescência, Felipe não nega a empolgação ao falar sobre a profissão de professor, “Trato a História como João Ameal: uma espécie de exame de consciência. Daí a minha insistência em procurar o que há de melhor na historiografia brasileira, procurando valorizar todos os tipos de “Brasis” que existem, seja o real, o oficial, etc.”.
Formação
Historiador de formação, ele nos explicou que sua passagem pela academia foi tranquila, de acordo com sua visão. Ao contrário do que muitos reclamam a existência de perseguição a pessoas de cunho conservador em universidades e faculdades brasileiras, Felipe diz que mesmo sempre tendo deixado claras as suas crenças políticas e religiosas, nunca enfrentou nenhum tipo de problema. “Lembro com muito carinho dos debates. Travados, pelo menos de minha parte, em prol de alcançar a verdade”, descreveu sobre sua passagem pela graduação superior.
Política
Sobre a política, Felipe explicou ao jornalista Anderson Costa que este tema sempre esteve dentre suas paixões desde a infância e que, portanto, sua presença atenta às movimentações políticas ocorreu de forma natural. Felipe lembra que já se fazia presente na militância política, tendo vivido em loco mobilizações populares contra os problemas políticos brasileiros como as manifestações de 2013 e de 2015.
Conforme o professor, mesmo não tendo se filiado a nenhum partido antes de 2023, ele já fazia questão de expressar suas visões políticas e analisando o cenário durante os processos eleitorais de 2016 até 2022.
“Tive a oportunidade me envolver [com um partido anteriormente], mas declinei. Optei pelo caminho dos estudos, centrando na graduação de História e outras atividades de mesma finalidade. O convite para [se filiar] o PL surgiu pelos idos de junho de 2023. Veio da parte de Ricardo Pina (secretário-geral da juventude estadual do PL na Paraíba)”, explicou Felipe sobre o que o levou a adiar a decisão de se filiar a um partido e como se iniciou o processo que o levou aos quadros do Partido Liberal.
De acordo com Felipe, essa sua passagem pela presidência da juventude do PL de João Pessoa foi curta, mas conseguiu apresentar frutos efetivos na luta pela defesa da vida.
“No curso do meu breve mandato, auxiliei a organização da manifestação contra o aborto no dia 8 de outubro; assinei uma nota conjunta com o presidente do PL Jovem da Paraíba a respeito da ADPF 442, texto que foi extraído da nota pública apresentada pelo Instituto Leão XIII e a Gazeta Parahyba; estruturei parte da cartilha contra o aborto, ajudei a organizar a audiência pública realizada por Carlão sobre política e juventude.”, afirmou apresentando suas ações como presidente do PL Jovem de João Pessoa.
Saída do PL
Apesar do bom momento dentro da juventude partidária, o historiador explicou que a necessidade de não permitir que seus projetos pessoais sofressem interferência de seus projetos políticos. Ele negou qualquer tipo de desentendimento com o presidente estadual da juventude do PL, Bruno Roberto, garantindo que seu trânsito no partido segue tão bom quanto sempre foi. Felipe confirmou que vivenciou alguns desentendimentos pontuais com outros membros do partido, mas que nunca sofreu interferência direta em nenhuma de suas ações.
“O site da Gazeta foi ao ar recentemente. A intenção da plataforma é discutir abertamente sobre política, literatura, histórica, etc. não havendo qualquer sentido em restringir diálogos com outras correntes partidárias”, definiu Felipe, que defende que a independência do projeto foi o principal ponto levado em questão por ele para deixar o PL ao se ver confrontado pela linha editorial adotada em seu site.
Vítima de Fake News
Após a saída do partido Felipe acabou sofrendo com um aspecto negativo da política através da divulgação de informações falsas sobre sua pessoa e os motivos que o teriam levado a deixar o PL.
“A matéria fez algumas ilações que considero falsas. Não sei de quem foi a autoria. Não me consultaram a respeito, embora o bom trato da ética jornalística impusesse essa necessidade.”, se resumiu a dizer o ex-diretoriano. Felipe reiterou que deixou o PL simplesmente por razão da defesa da liberdade editorial do seu projeto.