
Há alguns dias publiquei no meu Instagram um vídeo gravado por Maria Fernanda, minha filhinha de 8 anos, usando meu celular, no qual apareço com uma katana, a espada japonesa, e com golpes certeiros corto a haste de um cacto que ornava minha varanda. A planta, nativa do México, era um cacto São Pedro que tem efeitos alucinógenos e é amplamente utilizado em terapias alternativas. Meu desejo era fazer algo engraçado e pitoresco, afinal não se vê com frequência a notória espada dos samurais em ação por essas bandas.
A maioria dos seguidores entendeu a brincadeira, mas uma minoria se insurgiu e partiu para o ataque. Confesso que fiquei confuso. Era cada despautério, cada absurdo, que demorei a compreender a motivação por trás de cada encrenqueiro. Uma menina se superou e disse, indignada, que eu havia cometido um crime ambiental. Outro afirmou que eu estava disseminando violência( o cacto continua vivo). Outro ainda compadeceu-se do cacto e classificou o ato como uma covardia. Me chamaram de vagabundo, débil mental e por aí vai.
Passei a refletir, tentando entender a causa de tanta fúria. Cheguei a uma conclusão: no afã de se mostrarem politicamente corretos, defendendo causas ambientais e outras mais, os agressores precisam ser vistos, e a única maneira de conseguir isso é metendo o pau no outro. Sem o insulto eles simplesmente não existem. Os elogios passam despercebidos, os insultos não. Estes atraem os holofotes.
Os haters sobrevivem da carniça, eles são a própria carniça. Eles alcançam a glória quando o ofendido responde. A indiferença do agredido é a morte para eles. As redes sociais maltratam os imbecis, os desprovidos de talento, os infelizes, os frustrados, os recalcados. Eles precisam aparecer a qualquer custo, mesmo que para isso passem um atestado de completa insignificância.
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