A decisão do Governo Federal em reajustar o preço dos medicamentos vendidos nas farmácias brasileiras em 5,60% vai afetar o tratamento de alguns pacientes que fazem uso contínuo de remédios. Essa é a previsão do vice-presidente do sindicato dos farmacêuticos da Paraíba (Sifep), em entrevista ao blog Agenda Política, neste domingo (02).
O aumento deve se refletir nos preços de aproximadamente 10 mil medicamentos, de acordo com a resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira.
O reajuste ocorre anualmente, a partir de 31 de março, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Em novembro do ano passado, entretanto, de acordo com reportagem do Uol, integrantes do Governo Lula indicavam que o presidente trabalharia por remédios mais baratos e em corte de impostos para baratear preços.
“A preocupação dos farmacêuticos é com os clientes, que antes de tudo são pacientes. Alguns deles deixam de comprar o medicamento, pois o poder aquisitivo não aumenta. Isso é uma preocupação dos profissionais que estão nas farmácias fazendo essa assistência e vê os pacientes sofrendo com esses reajustes”, contou o vice-presidente, Sérgio Luís.
De acordo com o profissional, no caso de alguns pacientes que fazem uso contínuo de medicações para hipertensão e diabetes, a situação é ainda pior. “Há situações em que essas doenças precisam de medicamentos mais avançados, que são caros e não tem como adquirir em conta nas farmácias populares e nos postos de saúde”, explicou.
Remédios para depressão e ansiedade também devem entrar na lista dos aumentos. “Com isso, os pacientes acabam diminuindo o alimento, a feira, para comprar o remédio. Essa é a verdade que nós conhecemos”, acrescentou Sérgio Luís.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que os pacientes devem pesquisar em sites ou lojas físicas para encontrar remédios com descontos e promoções, além disso deve denunciar quem estiver comercializando com preços abusivos.
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