Nesta semana vimos cenas realmente deploráveis serem protagonizadas em pleno Congresso Nacional por um grupo de deputados oposicionistas. Longe de vir aqui neste texto me posicionar de qualquer modo a defender o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é necessário assumir, independentemente de qualquer corrente política adotada por quem lê este texto, que o único adjetivo possível para a turba de parlamentares é: ridícula.
Apesar de qualquer discordância entre dois ou mais indivíduos que se faz necessária e saudável em um sistema democrático de direito ser extremamente louvável e desejável. Não é por meio de canções ao estilo de uma torcida organizada que eu espero que um grupo de deputados eleitos se apresente de um presidente eleito.
Veja bem, você pode discordar da forma como Lula governa, você pode discordar de suas ideologias políticas, você pode de tudo que o presidente representa, mas se você está na Câmara dos Deputados, em Brasília, eu anseio que você me apresente um debate de bom nível. A oposição quando bem-feita não precisa de espetacularização de mal gosto.
Não precisamos encarnar em nossa política o espírito da quinta série do ensino fundamental, pois o retorno na quinta série, neste caso, demonstra a ausência de indivíduos devidamente maduros em nosso país para promoverem um debate capaz de mudar os rumos da nação e garantir que o Brasil cresça.
Novamente, eu respeito o direito de políticos de a oposição protestarem conta um chefe do poder executivo do qual discorda, mas há formas mais maduras, inteligentes e eficientes de ser feito qualquer protesto.
Com a balbúrdia desta semana a oposição apenas passou o recibo de que é infantil e que não consegue manter a compostura e a educação mínimas esperadas em momentos como esse. Como o eleitor de modo geral vai se sentir atraído a tornar senador ou presidente da República um dos deputados que parecia a turma do sexto ano B que gritava para intimidar o representante de uma das turmas rivais na gincana promovida pela sua escola?
Essas são perguntas que precisam ser feitas, para além do vídeo que certamente foi fartamente compartilhado nas redes sociais, qual o resultado que fica da ação? Quais frutos isso gerará para a direita brasileira? É necessário um pouco de autoavaliação por parte daqueles que estão tornando a política nacional numa discussão de adolescentes, que na ausência de argumentos que definam a briga, ambos os lados passam a querer ganhar no grito.
Será que é isso que nos resta? Vermos nosso país ter seu rumo político disputado como a presidência da classe do terceiro ano F? Espero que não, espero que nosso Congresso volte a ser digno de ostentar que já foi palco para os discursos de grandes vultos de nossa história política como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e Ronaldo Cunha Lima.
Vençamos o debate por demonstrarmos qualidade no discurso e não o rebaixando de modo que já não importa mais o que seja dito e tudo se resuma a uma grande guerra de memes na internet.