
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou manter uma relação de amizade com os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A declaração foi dada durante entrevista ao SBT News, na qual o chefe do Executivo negou qualquer desgaste na relação com os dois parlamentares.
“Não aconteceu nada. Nada. Eu sou amigo do Davi, eu sou amigo do Hugo Motta”, disse Lula, ao ser questionado sobre a convivência com os presidentes das Casas Legislativas. Na sequência, o presidente ressaltou que o governo conseguiu aprovar “99% de tudo o que nós mandamos para o Congresso Nacional”, mesmo sendo minoria tanto na Câmara quanto no Senado.
Segundo Lula, o volume de matérias aprovadas supera, inclusive, o desempenho de seus dois primeiros mandatos. “Nunca, nos meus dois primeiros mandatos, eu aprovei a quantidade de coisas que eu aprovei agora, num Congresso totalmente adverso”, afirmou.
Para viabilizar as aprovações, o presidente atribuiu o resultado ao diálogo com o Parlamento. “Houve o milagre da democracia, o milagre da conversa, o milagre de esgotar os argumentos até o final para a gente poder convencer”, declarou. Ele também ressaltou que nenhum dos projetos enviados ao Congresso atendeu a interesses pessoais ou de grupos específicos.
“Todos os projetos que nós mandamos foram de interesse da sociedade brasileira e do Brasil”, sustentou. Como exemplo, Lula citou a reforma tributária, aprovada após décadas de discussão. “O País esperava há 40 anos por uma reforma tributária, e nós fizemos a reforma tributária com esse Congresso adverso.”
O presidente reconheceu que negociações políticas nem sempre resultam em ganhos totais. “Nem sempre você consegue 100% de tudo o que quer, mas nem tudo você perde. Ou seja, você ganha aquilo que é essencial para melhorar a vida do povo brasileiro”, concluiu.
Operação na Câmara dos Deputados
Durante a entrevista, Lula também comentou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que determinou uma operação dentro da Câmara dos Deputados contra Mariângela Fialek, responsável pela distribuição de emendas parlamentares e ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL).
O presidente ressaltou a independência do Judiciário e lembrou que a maioria dos ministros do STF foi indicada por ele. “Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias?”, questionou. “A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma, e é bom que seja assim.”
Lula afirmou ainda que o presidente da República não interfere nem pretende interferir nas decisões do STF. “O presidente da República não tem e não quer ter interferência sobre os votos dos ministros da Suprema Corte, como eu não quero que eles tenham interferência nas coisas que eu faço”, disse.
De acordo com o presidente, decisões no âmbito das investigações são de responsabilidade exclusiva dos ministros do Supremo. “O presidente da República não tem nem como dar opinião sobre isso”, afirmou, lembrando ainda que já foi alvo de operações policiais em sua própria residência.
Ao final, Lula declarou respeitar a autonomia das instituições. “Quero que eles façam comigo o mesmo que eu faço com eles. Respeito a autonomia de cada ente federado e de cada instituição brasileira”, concluiu.
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