O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixará Sharm el-Sheikh sem dar explicações sobre ter viajado à COP27 no jato do empresário José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde, informou nesta quinta-feira (17) a Folha de São Paulo em sua versão online.
A “carona” do empresário, que chegou a ser preso na Operação Lava-Jato e é amigo de Lula, causou uma série de críticas e até aliados reconhecem o desgaste do episódio antes mesmo do início oficial do novo governo. Uma entrevista coletiva de Lula chegou a ser agendada para esta quinta, mas foi cancelada em cima da hora. Segundo a assessoria, a coletiva foi cancelada porque a agenda estava toda atrasada.
A última reunião de Lula no Egito ocorreu durante a noite, com a ministra alemã das relações exteriores Annalena Baerbock. No mesmo dia, Lula teve reuniões com representantes da sociedade civil brasileira, com o secretário-geral da ONU António Guterres e com o Espen Barth Eide, ministro norueguês do Clima. O presidente eleito também teve uma reunião com representantes de povos indígenas.
A aeronave em que viaja Lula é do modelo Gulfstream, com capacidade para transportar 12 pessoas e autonomia para voar direto ao país africano. Lula e Seripieri são amigos há cerca de dez anos.
Durante a campanha eleitoral deste ano, o empresário foi um dos primeiros com quem o petista concordou em se reunir para tratar de suas propostas de governo. O empresário firmou acordo de delação com o Ministério Público em 2020 e confessou o crime eleitoral de caixa dois.
Seripieri Filho ficou preso por três dias em julho de 2020 em decorrência da Operação Paralelo 23, que investigou pagamentos para a campanha de Serra ao Senado em 2014. Ele se tornou réu acusado de corrupção, lavagem e caixa dois na Justiça Eleitoral de São Paulo.
Com informações são do jornal da Folha de São Paulo