Natural de João Pessoa, mas residente do Sertão paraibano, Ricardo Pina desde 2011. Atuando profissionalmente na cidade de Junco do Seridó, o administrador atua politicamente nas bases bolsonaristas paraibanas a partir do município sertanejo e se projetou como figura importante para a direita paraibana ao tornar-se secretário-geral da juventude estadual do PL na Paraíba. O militante concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Agenda Política e falou sobre o momento da direita no Brasil e na Paraíba.
1 – Você poderia se apresentar e qual sua relação com a direita na Paraíba?
Sou filho de João Pessoa, cresci no Bairro Jaguaribe e venho de família Evangélica da Assembleia de Deus e vim para Cidade do Junco do Seridó no Sertão Paraibano no ano de 2011 para atuar no segmento da Mineração, onde administro uma empresa e desde então me tornei um ativista desse setor produtivo. Defendendo as pautas desde setor e suas demandas, acredito que os 222 municípios paraibanos tem em suas terras ricas algum tipo de minério a ser explorado. Naturalmente o setor produtivo ele tem por inclinação ideológica política e econômica pelo mercado livre, menos estado e mais iniciativa privada.
Sou conservador e com surgimento do Bolsonaro, colocando seu nome em 2018 a presidente, percebi a oportunidade de juntar o ativismo empresarial com ativismo político, me alistando no recém-criado movimento embrionário que chamamos hoje de direita conservadora bolsonarista, onde estou até hoje aqui no Sertão.
2 – Hoje a direita na Paraíba vive uma divisão, de um lado há um grupo unido ao triunvirato e um grupo mais próximo do deputado Wellington Roberto e dos seus filhos. Como hoje está composta a direita paraibana?
Primeiro, temos o eleitor comum da direita conservador e o bolsonarista, esse tem Bolsonaro como referencial político e não se contamina com ideologia. Em segundo, temos os movimentos da militância conservadora e bolsonarista ideológicos que se dividem entre direita, raiz, que seria o militante que investe do seu tempo pela causa, está na rua, no sol, a chuva e não tem tempo ruim. Do outro lado temos a direita gourmet que seria o grupo que abre ao debate filosófico e desenvolve conceitos no âmbito acadêmico e sociológico da direita bolsonarista e conservadora.
Hoje nós temos uma ruptura dentro da direita ideológica, seja a raiz ou a gourmet, de um lado ligado ao triunvirato e do outro lado ao PL do capitão Bolsonaro e não à direita ligada ao Deputado Wellington Roberto.
3 – Você acredita que a direita na Paraíba tenha lideranças que consigam viver independentemente ou apenas todos reverberam um potencial que surge no apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro?
Nós temos o conservador que tem no Bolsonaro seu representante e não se declara Bolsonarista e nós temos os conservadores que são bolsonaristas. Precisamos fazer essa separação para compreender a Direita paraibana e brasileira. Temos 12 deputados federais, destes três apenas são de esquerda de viés socialista, nove tem viés de centro-direita e apenas um é bolsonarista assumido.
4 – Como você entende que se dá essa divisão? Quem são os nomes que ocupam cada um desses blocos apresentados por você?
De esquerda ou socialista nós temos o deputado Damião Feliciano, o deputado Padre Luiz Couto e o deputado Gervásio Maia. Com uma visão de Centro Direita nós temos o deputado Ruy Carneiro, o deputado Romero Rodrigues, o deputado Agnaldo Ribeiro, o deputado Merssinho Lucena, o deputado Wellington Roberto, o Deputado Hugo Motta, o deputado Wilson Santiago e o deputado Murilo Galdino. Apenas um é conservador bolsonarista que é o deputado Cabo Gilberto Silva. Esta é a prova de que a direita bolsonarista dificilmente teria um político eleito sem o apoio do capitão Bolsonaro
4 – Nesta semana um vereador da capital afirmou que conseguiu se eleger sendo de direita mesmo antes da ascensão de Bolsonaro, você acha que realmente possível se dizer uma liderança de direita que vive politicamente de forma independente de Bolsonaro?
O vereador Carlão do Bem tem bom tráfego dentro da ala conservadora católica e na época que ele se elegeu Bolsonaro não se meteu na campanha de 2020, não dando apoio a ninguém A realidade hoje é outra e creio que, como disse antes, o bolsonarismo está hoje dominando a chamada direita brasileira e tanto Carlão como Cabo Gilberto e Wallber Virgolino dificilmente conseguirão se reeleger sem trafegar na vibe do capitão Bolsonaro.
AP – Recentemente Marcelo Queiroga e Carlão, respectivamente presidente e vice do diretório do PL de João Pessoa, se mostraram favoráveis a uma possível candidatura de Nilvan Ferreira em Santa Rita e inclusive indicaram que isso poderia ser favorável ao partido como forma de demonstrar força para além de João Pessoa, você concorda?
Queiroga e Carlão eu creio que eles se equivocaram por um simples detalhe: o PL Estadual já fez aliança com o PP para apoiar a majoritária do candidato do atual prefeito de santa Rita, o pré-candidato Flávio Panta. Digamos que Nilvan Ferreira não declare apoio a Queiroga? Como fica esse apoio do PL municipal de JP a Nilvan Ferreira?
AP – Quais as suas expectativas para a vinda de Bolsonaro a João Pessoa?
A vinda de Bolsonaro acredito que será muito importante para a direita bolsonarista da Paraíba e principalmente para a pré-candidatura de Marcelo Queiroga, que está precisando urgentemente do engajamento da militância do capitão Bolsonaro em sua pré-campanha. Por outro lado, Bolsonaro vem a João Pessoa após sofrer uma perseguição dura do Supremo Tribunal Federal na pessoa do ministro Alexandre de Moraes e com isso gera um clima de revolta entre toda a direita paraibana, que deve mostrar seu engajamento nestes dois dias com o ex-presidente em nosso estado.
AP – Para além do PL alguns outros partidos buscam se apresentar como opções de direita no Brasil, você vê condições desses partidos ganharem relevância no cenário político quando Bolsonaro é presidente de honra do PL?
O PL foi muito corajoso em ter aberto sua legenda para receber o maior líder da Direita Brasileira e das Américas e a prova disso foi a inclusão do nome do presidente do PL Nacional, Valdemar Costa Neto nas investigações pelo ministro do supremo Alexandre de Moraes. O PL caminha para solidificar se com Bolsonaro como o maior partido de direita do Brasil e com isso não quero afirmar que não possa surgir outro partido com a essência de direita conservadora como o Partido Novo.
