O Partido dos Trabalhadores (PT) segue dividido na discussão para as eleições de 2024, em João Pessoa, e longe de um consenso, com suas principais lideranças apontando caminhos diferentes para a sucessão municipal. A prova disso é que, neste sábado (28), na Capital, as executivas estadual e municipal da agremiação farão eventos no mesmo horário, em locais distintos, com objetivos e visões diferentes para o pleito do ano que vem.
Pela manhã, às 09h, nove partidos de esquerda vão realizar um seminário com o tema “A defesa da democracia e os desafios do campo democrático e popular na Paraíba” . O seminário terá as participações dos partidos PSB, PT, PV, PCdoB, PDT, REDE, PMN, AGIR e SOLIDARIEDADE e contará com a presença do governador João Azevêdo (PSB), que abrirá o evento.
De acordo com o presidente estadual do partido, Jackson Macêdo, o evento não vai debater as eleições de 2024, mas nos bastidores, a agenda é vista como reunião de lideranças que têm proximidade ou intenção de se unir ao prefeito Cícero Lucena (PP) e apoiar sua reeleição nas eleições do ano que vem. O gestor, no entanto, não deve participar do encontro.
Por outro lado, no mesmo horário, a executiva municipal do partido, liderada por Antônio Barbosa, vai realizar, no Sindicato dos Bancários, uma plenária com o objetivo de discutir o processo de eleições internas e as articulações para 2024.
Ao contrário da executiva estadual, o PT de João Pessoa defende uma candidatura própria do partido e já reúne nomes como os deputados estaduais Luciano Cartaxo e Cida Ramos, a ex-deputada Estela Bezerra e o vereador Marcos Henriques. Em entrevista à Rádio Arapuan FM, o presidente do partido na Capital disse que o evento da executiva estadual é importante, mas que tem foco distinto quanto ao pleito do próximo ano.
Após a plenário, Barbosa participa de uma terceira reunião: o regresso de antigos filiados ao PT, que chegam para formar uma corrente denominada “Democracia Socialista”, também adepta da candidatura própria.
Nessa divisão, até outro partido tomou “partido”. O PSOL também não vai participar da reunião convocada pela executiva estadual do PT, citando o prefeito Cícero Lucena como principal obstáculo.
No final das contas, como sempre ocorre em situações como essa, na Paraíba, a decisão final virá da Executiva Nacional do partido, a partir da presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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