Vereadora Eliza Virgínia defende discurso do deputado Nikolas Ferreira / Foto: reprodução
A vereadora Eliza Virgínia (PP), suplente de deputada federal, defendeu nesta quinta-feira (09), em entrevista ao blog Agenda Política, o ponto de vista do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que em discurso na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (08), criticou o que chamou de “perda de espaço” das mulheres para “homens que se sentem mulheres”.
O parlamentar utilizou uma peruca durante o discurso e foi alvo de representação no Conselho de Ética da Câmara, com pedido de cassação. Em sua fala, o parlamentar disse que fazia uma defesa à liberdade das mulheres “que estão perdendo espaços nos esportes” e “até em concursos de beleza” para mulheres trans.
Para a vereadora Eliza Virgínia, que defende a pauta conservadora na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), a declaração de Nikolas não pode ser encarada como transfobia, mas como retrato da realidade.
Ao blog, ela citou como exemplo o caso da nadadora Lia Thomas, que em 2022 se tornou a primeira mulher trans a conquistar um título da NCAA, nos Estados Unidos. O pódio foi marcado por uma polêmica, pois as rivais, mulheres biológicas se recusaram a se juntar à campeã no momento da foto das medalhistas.
Em relação ao contexto brasileiro, a vereadora citou como exemplo o caso da jogadora de vôlei Tifanny Abreu, que foi a primeira mulher transexual a disputar a Superliga feminina e que, na visão dela, obteve possível vantagem sobre outras atletas por causa de sua condição genética e física.
“O que Nikolas disse é fato. Ele não está inventando nada. Ele não pode ser acusado de trnasfobia por ter digo algo que é verídico. Nós estamos perdendo espaços para homens que se dizem mulher. Ele se utilizou de uma forma caricata para chocar e chamar atenção para algo muito sério. Finalmente, conseguiu e agora todos querem tirar o mandato dele por não concordar com algo que é verídico, infelizmente”, disse.
No Instagram, o vídeo do deputado alcançou mais de 1,2 milhão de curtidas. Com a repercussão do caso na imprensa, a assessoria do parlamentar enviou uma nota ao blog Agenda Política. Leia abaixo.
O Deputado informa que proferiu discurso tão somente com o intuito de alertar sobre a perda de espaço das mulheres nos esportes para pessoas trans. Homens e mulheres são biologicamente diferentes e possuem corpos diferentes. Negar isso, portanto, é adotar um tipo de negacionismo sem precedentes. Nesse sentido, não houve, em momento algum da fala, o crime de transfobia ou discurso de ódio, mas sim o direito constitucional do parlamentar em expressar sua opinião sobre um determinado tema. Por fim, no que tange às notícias de que o PSB e partidos de esquerda tenham pedido a cassação do mandato, informamos que ainda não recebemos nenhum tipo de notificação, mas é aguardado com tranquilidade, haja vista a certeza de que nenhum crime foi cometido.
Agenda Política
