Corrida para 2024: os pilotos que conduzem os partidos rumo às eleições, na Paraíba

Publicado por: Felipe Nunes em

Dirigentes partidários preparam siglas para 2024

A um ano e cinco meses para as eleições municipais do próximo ano, os partidos políticos já iniciaram as articulações para o pleito, com mudanças em suas executivas estaduais e municipais, filiações de novos quadros e planos para o lançamento de candidaturas nas principais cidades do estado. As articulações são comandadas pelos presidentes estaduais dessas siglas.

O PSB, do governador João Azevêdo, segue sob o comando do deputado federal Gervásio Maia, reeleito para a Presidência do partido no último dia 17 de abril. O parlamentar tem participado ativamente das articulações para 2024, defendendo que a sigla lance candidaturas no maior número de cidades.

No último mês, a legenda anunciou a filiação de 72 novos prefeitos, passando a ter 78 gestores filiados em seus quadros, o maior  em número de prefeituras.

Nas palavras de Gervásio, trata-se “do melhor momento do partido em todos os tempos”. O partido tem uma aliança com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), mas estuda nos bastidores lançar uma candidatura própria.

União Brasil – EFRAIM FILHO

O União Brasil também já se articula para as eleições do próximo ano, mas sob o comando do senador Efraim Filho, que no último dia 28 de abril comandou a convenção estadual da legenda. Foram filiados cinco novos prefeitos, que se somaram aos 26 que já pertenciam aos quadros do partido.

Visando as eleições de 2024 e também de 2026, Efraim elevou o partido à categoria de segundo maior da Paraíba em número de prefeituras. Essa quantidade pode aumentar caso o prefeito de Campina Grande, o segundo maior colégio eleitoral do estado, aceite o convite para se filiar à legenda. Bruno Cunha Lima dá sinais de que deve assinar a ficha de filiação para disputar a reeleição.

Outra meta do partido é se fortalecer politicamente em João Pessoa, onde segundo Efraim Filho há independência política para o pleito de 2024. A hipótese de uma candidatura própria não foi descartada pelo senador, que tem feito convites a lideranças cotadas para disputar a Prefeitura da cidade.

“É um partido que tem o terceiro tempo de televisão, estrutura, bons quadros e pode ser essencial em uma eleição tão apertada como promete ser essa de João Pessoa”, disse.

Republicanos – HUGO MOTTA

Sob o comando do deputado federal Hugo Motta, o Republicanos não fica para trás no quesito articulação política. Depois de ter sido o fiel da balança em 2022 para a disputa ao Governo do Estado e para o Senado, e tendo firmado a maior bancada na Assembleia Legislativa da Paraíba, com seis deputados, o partido se prepara para o pleito de 2024 nas principais cidades do estado.

Em João Pessoa, a sigla comandada por Motta já declarou apoio à reeleição de Cícero Lucena, enquanto em Campina Grande se prepara para eventualmente entrar na disputa pelo voto. Nesta sexta-feira (04), o presidente da ALPB, Adriano Galdino, confirmou que fez um convite ao deputado federal Romero Rodrigues (PSC) para ingresso na legenda.

Além das duas maiores cidades, há expectativas de que o partido lance candidaturas nas principais cidades da região metropolitana de João Pessoa e nas cidades que polarizam o sertão.

PSDB – PEDRO CUNHA LIMA

Saindo de uma boa votação para o Governo do Estado em 2022, apesar da derrota nas urnas, o PSDB espera crescer politicamente no próximo ano. Para isso, o presidente estadual da legenda, Pedro Cunha Lima, já se articula para ter candidaturas próprias ou firmar alianças nas maiores cidades do estado, incluindo João Pessoa e em Campina Grande.

Na Capital, o próprio Pedro é uma hipótese que passou a ser considerada dentro da legenda, já que ele teve uma boa votação na cidade.

Outra possibilidade é o apoio ao deputado federal Ruy Carneiro (PSC), que novamente deve disputar a Prefeitura e almeja ter o apoio do partido que já foi o seu. O parlamentar pode, inclusive, se filiar novamente ao PSDB.

Já em Campina Grande, Pedro já deixou claro que a estratégia é o apoio à reeleição de Bruno Cunha Lima. O objetivo é manter a influência histórica na cidade, que sempre entregou vitórias ou bons resultados eleitorais à família Cunha Lima e ao PSDB e seus aliados.

O partido também deve investir em cidades como Guarabira, já governada pelos tucanos, e em Bayeux, onde Pedro Cunha Lima venceu as últimas eleições.

PL

Na Paraíba, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sob o comando do deputado federal Wellington Roberto. A despeito do que se especulava, ele mantém uma linha de oposição ao governo do presidente Lula e às esquerdas, deixando claro que deve lançar candidaturas nas principais cidades do estado.

Em João Pessoa, o partido tem um leque de opções, a exemplos do deputado estadual Wallber Virgolino, do deputado federal Cabo Gilberto e do apresentador Nilvan Ferreira, os mais votados para seus respectivos cargos nas últimas eleições. A decisão, no entanto, não deve ser tomada agora, já que não existe consenso dentro do partido.

Em Campina Grande, uma possibilidade é que o partido lance a candidatura de Bruno Roberto, filho de Wellington e ex-candidato ao Senado, como possível postulante à Prefeitura. O partido pretende utilizar a influência do ex-presidente Bolsonaro, e a polarização com o PT, para expandir seu número de prefeituras e de vereadores.

PT

Sob o comando do militante Jackson Macêdo, o Partido dos Trabalhadores (PT) se prepara para tentar ampliar o número de prefeitos filiados à legenda. Atualmente, somente o de Picuí, Olivânio Farias, pertence ao partido. A expectativa é que, com Lula na Presidência da República, o partido consiga voltar a ter influência nas eleições municipais.

Em João Pessoa, duas teses se enfrentam internamente: de um lado, a corrente que deseja lançar candidatura própria, e do outro, os que defendem apoio à reeleição do atual gestor, Cícero Lucena (PP), que busca uma aproximação com o presidente Lula.  A ideia de aliança já foi aventada por Jackson Macêdo.

Nomes como o do deputado estadual Luciano Cartaxo, que pretende disputar a prefeitura, e da deputada estadual Cida Ramos, que também almeja disputar o pleito, não concordam com a tese de se aliar a Cícero. O Processo de Eleições Diretas (PED), que deve definir os novos dirigentes do partido, será fundamental na discussão local.

Progressitas e PSD

No papel, o progressistas é comandado pelo ex-deputado e ex-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro, que atualmente exerce a função de conselheiro do partido. Na prática, porém, é o deputado federal Aguinaldo Ribeiro quem dá as cartas e dita as regras da legenda para as disputas eleitorais.

Com forte influência em Brasília, o deputado tem dito que deseja manter o prefeito Cícero Lucena em seus quadros, para a disputa a reeleição, em meio a especulações de que o gestor pode migrar de partido. Em entrevistas recentes, o parlamentar tratou como prioridade a reeleição do atual prefeito da Capital.

Em Campina Grande, o partido está na oposição ao prefeito Bruno Cunha Lima, e com legendas aliadas, estuda o lançamento de uma candidatura para enfrentar a atual gestão. Além disso, o partido pretende manter a influência em cidades chave, como em Santa Rita, atualmente gerida pelo prefeito Emerson Panta, e em Cajazeiras, administrada pelo prefeito José Aldemir.

As articulações do PP se somam às ações do PSD, partido comandado desde o ano passado pela senadora Daniella Ribeiro, irmã de Aguinaldo. Ela é cotada para disputar a Prefeitura de Campina Grande nas eleições do próximo ano. Apesar de ser um partido “amigo” do PP, a sigla pretende conquistar seus próprios espaços em 2024.

PSC

Comandado pelo suplente de deputado federal Leonardo Gadelha, o PSC também se prepara para a disputa do próximo ano. Nos bastidores há informações sobre convites para a disputa eleitoral em Campina Grande. Já em João Pessoa, o partido espera manter em seus quadros o nome do deputado federal Ruy Carneiro, potencial candidato à Prefeitura, com chances reais de avançar.

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