Consórcio Nordeste será alvo de ‘relatório paralelo’ na CPI da Covid-19

Publicado por: Felipe Nunes em

O senador cearense Eduardo Girão (Podemos) prepara um relatório paralelo ao texto do relator, Renan Calheiros (MDB), a ser apresentado na CPI da Covid-19, nas próximas semanas. Ele prometeu incluir informações sobre o Consórcio Nordeste no documento a ser apresentado na Comissão.

Para Eduardo Girão, a CPI não investigou as irregularidades que teriam ocorrido em estados e municípios por suposto desvio de verbas federais durante a pandemia do covid-19. Mesmo não tendo efeito técnico legal, Girão disse que pretende articular a votação de sua apuração paralela para um “registro histórico”.

Girão se define como ‘parlamentar independente’ e propôs, antes da instalação da CPI, a investigação do uso de recursos federais por estados e municípios. Ao Agenda Política, ele disse que está reunindo documentos sobre supostas irregularidades cometidas pelo Consórcio na compra de respiradores.

“A população está cobrando, já sentiu que a CPI ignora o Consórcio Nordeste e os desvios. Era missão dela, que foi criada para isso. O meu requerimento é muito claro, assinado por 45 senadores. Era pra investigar União, Estados e municípios, mas isso eles não querem ver, como os 300 respiradores, quase R$ 50 milhões de reais”, disse.

Segundo o parlamentar, houve uma “blindagem” para não investigar personagens como o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, sobre a compra frustrada de respiradores durante a pandemia. ‘

“Há supostas propinas, muitos indícios fortes que deveriam ser investigados, mas está muito claro que no Senado existe uma CPI parcial e eleitoreira. Quando os depoentes contrariam a narrativa do relator, começa-se o show de barbaridade, abuso de autoridade, indução de respostas, um festival de aberrações”, acrescentou.

Relatório oficial

A CPI já tem dias contados. Após o depoimento do ministro da Saúde,  o paraibano Marcelo Queiroga, no dia 18, haverá a leitura do relatório final no dia 19 e a votação no dia seguinte (20). Se aprovado o relatório, de acordo com a Agência Senado, a CPI passará a funcionar como observatório parlamentar e entregará o documento ao Procurador-Geral da República, no dia 21, e à Procuradoria-Geral do DF, no dia (26). Caso seja apontado crime de responsabilidade por parte de alguma autoridade, senadores entregarão o relatório ao presidente da Câmara também no dia 26.

Agenda Política

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