O casamento entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a socióloga Rosângela Silva, mais conhecida como “Janja”, foi pauta na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa, ontem (24). Conservadora, a vereadora Eliza Virgínia (PP) apontou contradições na conduta do ex-presidente e traduziu a festa oferecida pelo petista como “uma hipocrisia”.
A contradição, segundo Eliza, consta no fato de o casamento petista estimular uma prática totalmente inversa às pautas defendidas pela esquerda, como a desconstrução da chamada heteronomartividade, do casamento tradicional e dos papéis sexuais de homens e mulheres.
“A esquerda feminista que Janja faz parte… Entre aspas, porque, para ela, é princesinha, é casar com véu branco, vestido de R$ 200 mil; mas, para a sociedade, a menina não pode ser uma princesa. Para a sociedade, o casamento é opressão, a mulher não pode ser sujeita ao marido”, disse.
A vereadora usou como exemplo uma oficina de “desprincesamento”, realizada em São Paulo, que consiste em desfazer a ideia de que as meninas precisam ser como princesas. Segundo a vereadora, a ideia é defendida por mulheres feministas e, entre elas, estaria Rosângela.
“O objetivo do matrimônio é assegurar a transferência do patrimônio, herança, à esposa e aos possíveis filhos; também, servir como declaração pública de amor e fidelidade, o que a esquerda não prega. Para você, sociedade, o fim do acúmulo de capital, o fim da religião tradicional. Você, fundamentalista, radical, o seu estilo de vida, outrora comum, agora é machista”, ironizou ela
Em resposta a Eliza, o vereador Marcos Henriques, do PT, defendeu Lula e criticou a atuação de evangélicos contra o petista. “Foi ele quem regulamentou a liberdade de culto, em dezembro de 2003. Foi no governo Lula que as igrejas evangélicas mais cresceram”, disse.
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