Embora seja legítima a iniciativa daqueles que provocam a discussão sobre eventual mudança no nome da Capital da Paraíba, João Pessoa, por questões históricas e políticas, esse não é um tema que deveria ser colocado como prioridade de uma cidade que está prestes a completar o seu primeiro milhão de habitantes.
O tema foi novamente suscitado, nesta quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023, pelo advogado Raoni Vita, jurista de renome que acionou o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) para cumprir um plebiscito, previsto na Constituição Estadual, e que prevê uma consulta popular para a escolha do nome da cidade.
O pedido é baseado no artigo 82 da Constituição Estadual, que assim prevê: “O Tribunal Regional Eleitoral realizará consulta plebiscitária, a fim de saber do povo de João Pessoa qual o nome de sua preferência para esta cidade”. Pelo mandato de injução, a consulta pública seria realizada nas eleições municipais de 2024.
O tema mobilizou, quase de forma instantânea, vereadores, deputados, advogados e a imprensa para discutir o assunto, como se esta fosse a solução para os problemas reais da cidade. A realidade com a qual devemos nos preocupar é outra.
Muito embora haja avanços a registrar, ocorridos ao longo das últimas administrações, importa-nos frisar e enfatizar que a mudança do nome de João Pessoa não vai melhorar, num estalar de dedos, problemas históricos da Capital: o trânsito caótico, a erosão da Barreira do Cabo Branco, a violência nos bairros ou a deficiência no transporte público.
A João Pessoa (Cabo Branco ou Parahyba) de amanhã espera muito mais de seus cidadãos e, mais ainda, de seus representantes: projetos e ideias que pavimentem o caminho para o futuro.
Agenda Política