7 votos cassam (ou caçam?) 344 mil votos – por por Felipe Nunes

Publicado por: Felipe Nunes em

Dallagnol em entrevista ao jornalista Felipe Nunes / Foto: Yotutube

Sete votos de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram suficientes para cassar, na noite desta terça-feira (16), o mandado de Deltan Dallagnol (Podemos), o deputado federal mais votado do Paraná nas últimas eleições, e seus 344 mil votos obtidos nas urnas.

Fiquei em dúvida, ao escrever o título desse texto, se colocaria “cassar”, no sentido de anulação dos votos, que foi o que aconteceu ou caçar, com ç mesmo, no sentido de “capturar”. Porque, no final das contas, esse foi o sentimento que a decisão da Justiça Eleitoral passou para o país.

O TSE atendeu a uma ação da federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), ao entender que o ex-procurador cometeu irregularidade ao pedir exoneração do cargo de procurador da República enquanto ainda respondia a processos disciplinares internos.

A defesa nega. Alega que, antes de pedir a exoneração, Deltan obteve uma declaração, do Conselho Nacional do Ministério Público, de que respondeu a dois processos administrativos que já estavam arquivados.

A decisão foi comemorada por nomes como Renan Calheiros e Eduardo Cunha, mas também por petistas, outrora implicados em acusações da Operação Lava-Jato. Sérgio Moro, ex-juiz da Lava-Jato lamentou, e milhares de eleitores nas redes sociais. As redes ficaram divididas.

Mas algo me deixou com sentimento de injustiça. Termino o dia com a sensação de que o sistema de Justiça do país precisa ser aperfeiçoado para se tornar mais eficiente. Punir com celeridade quem realmente tem ilicitudes no currículo.

Ironicamente, a decisão contra Dallagnol vem no mesmo dia em que o STF declara extinta as penas impostas ao ex-deputado federal, ex-governador de São Paulo e ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf. Por causa da idade, 92 anos. Faltou tempo para punir antes?

Vale ressaltar, é só a minha opinião, se é que ainda existe espaço para opiniões legítimas no Brasil virado ao avesso.

Felipe Nunes, jornalista pela UFPB

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