Quando era candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu ser transparente se chegasse novamente ao Palácio do Planalto. No cargo, fez o contrário do que dissera, e na primeira oportunidade, colocou em sigilo informações detalhadas sobre os nomes das 3.500 pessoas que participaram do coquetel oferecido no Itamaraty no dia de sua posse.
Por que recusar o compartilhamento de uma informação tão básica com a imprensa e com o público? Trata-se de um dever da autoridade, ser transparente e um direito do público ter conhecimento de atos dos seus eleitos.
Nos debates que participou contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no ano passado, Luiz Inácio criticou duramente os sigilos que o adversário colocou sobre informações consideradas confidenciais. Fazer diferente agora é mais do que um erro, é uma traição.
Os dados sobre a posse foram solicitados por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação) pela coluna Radar, da revista Veja. Lula utilizou a mesma justificativa para não divulgar detalhes da festa: “As informações que puderem colocar em risco a segurança do presidente e vice e respectivos cônjuges e filhos serão reservadas.”
“É uma clara contradição do discurso do presidente em relação ao que criticava e ao discurso de posse em que ele defendeu que a transparência seja cumprida”, disse Marina Atoji, diretora de Programas da ONG Transparência Brasil.
Agenda Política com UOL e Veja