A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) demonstrou indignação, em pronunciamento no plenário do Senado, alegando ter sofrido ataques infundados ao longo do ano. A parlamentar, que disse ter sido acusada de terrorismo, genocídio, corrupção e tráfico de drogas mandou um “recado” para traficantes e pedófilos, a quem atribuiu parte do que chamou de “ataques” contra sua honra.
“Sei de onde vem muita articulação contra mim, e o recado vai aqui para eles: traficantes e pedófilos, eu fui eleita com 714 mil votos no Distrito Federal e só faço este discurso porque o meu eleitor precisava de que eu desse essa satisfação. Estarei aqui em agosto brigando pelo que acredito e sem medo da imprensa e daqueles que se opõem ao que eu penso, sem desconstruir imagem, sem assassinar reputação “, afirmou.
Embora tenha ocorrido na última quarta-feira (12), o discurso da senadora repercute na imprensa no início dessa semana pela forma incisiva como fez as declarações. No discurso, ela se defendeu, também, informações sobre irregularidades em repasses de recursos do Ministério da Mulher, da Famílias e dos Direitos Humanos para ONGs.
De acordo com a senadora, a apuração realizada pela Corregedoria-Geral da União (CGU), que ensejou reportagens na imprensa, sobre foi provocada pela própria pasta, ainda durante sua gestão. Segundo a senadora, o relatório montado pela CGU foi elaborado com base nas informações entregues pela Assessoria de Controle Interno do ministério.
Segundo ela, a pasta executou uma emenda parlamentar de autoria de diversos deputados e partidos e, ao perceber indícios de irregularidade, enviou um ofício à CGU. A solicitação de auditoria foi realizada em 11 de fevereiro de 2022, de acordo com a parlamentar.
Indígenas
Em relação às críticas que recebeu sobre suposta omissão no caso da população indígena Ianomami, ela citou uma representação contra si, apresentada ao Conselho de Ética do Senado, sobre a atuação enquanto ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro, afirmando que o colegiado não não viu motivo para iniciar um processo de cassação.
Ela também citou um relatório da Comissão Externa para Acompanhar a Situação dos Yanomami, em Roraima, que não relacionou envolvimento de Damares com a crise humanitária e a morte de crianças indígenas. Tais fatos, de acordo com a parlamentar, não foram noticiados pela imprensa.
“Termino este semestre, em todos os jornais, como corrupta, mas comecei este ano como terrorista, “Damares é terrorista”, porque, quando ministra, no comecinho de 2019, três ou quatro pessoas que trabalhavam no ministério, em secretarias — nenhuma pessoa estava no meu gabinete —, pessoas indicadas, se envolveram com os atos de 8 de janeiro. Foi tão grave o que falaram e o que fizeram comigo no começo de janeiro, que não me pouparam, nem minha saúde. Mas nada foi provado”, declarou.
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