ENTREVISTA EXCLUSIVA: aumento de alíquota sobre serviços vai eliminar privilégios, diz ex-ministro Mailson da Nóbrega sobre a reforma tributária

Publicado por: Felipe Nunes em

Mailson da Nóbrega, economista e ex-ministro da Fazenda / Foto: Agenda Política

Em entrevista exclusiva ao blog Agenda Política, nesta quarta-feira (05), o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, defendeu a aprovação do texto da reforma tributária, relatado pelo deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP), e cuja votação está prevista para acontecer nesta quinta (06) na Câmara Federal.

Ao jornalista Felipe Nunes, o economista rebateu críticas ao texto, de entidades como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que apontam possíveis efeitos colaterais, e considerou que a proposta vai “acabar” com privilégios de alguns setores e com a burocracia do atual sistema tributário.

Na avaliação dele, a reforma provocará uma “revolução” na forma sobre tributação de consumo, deixando no passado um sistema classificado por ele como “manicômio tributário”.

Em síntese, o projeto propõe a substituição de cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) por um Imposto Sobre Valor Agregado, o IVA, gerando uma “uniformidade” na cobrança de impostos.

“O que acontece? Os serviços são consumidos, basicamente pelas classes mais favorecidas. O rico, que paga o melhor colégio para seu filho, a melhor universidade privada, que tira férias, que vai a restaurante, paga 5% de tributos. O pobre, quando compra feijão, farinha, arroz, carne, pão, paga 18%, isso é inaceitável. O que diz o texto inicialmente? Todos vão pagar a mesma alíquota”, explicou.

Na avaliação de Mailson, o texto além de simplificar o sistema tributário, também vai desburocratizar a economia e alinhar o Brasil ao que já fazem grandes economias do mundo.

Mailson ainda negou que o texto vá provocar perda de receita para estados e municípios e fez elogios ao trabalho de Aguinaldo Ribeiro ao defender que a reforma tributária é um assunto debatido “exaustivamente”.

“Vai haver um aumento [de impostos], sim, agora, é um aumento que elimina privilégios. Então o rico que vai fazer uma consulta médica, essa consulta vai aumentar para ele. Agora, será que você pode manter o privilégio para o rico e detonar a lógica desse sistema novo que vai gerar no Brasil uma simplificação? A proposta vai gerar uma eficiência generalizada”, ressaltou.

Assista à entrevista na íntegra a seguir

Agenda Política

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