O que era para ser a redenção do povo nordestino, torna-se motivo de frustração e dor de cabeça para o sertanejo, inclusive para os paraibanos, que desde o mês de janeiro assistem à paralisação do deslocamento de água do Eixo Norte das águas do São Francisco. O problema é ocasionado em decorrência de problemas de gestão e manutenção da estrutura.
Nas redes sociais, vídeos mostram que o canal por onde a água deveria passar segue exposto ao sol e ao calor, abrindo espaço para danificações e novos prejuízos à estrutura. As informações, muito embora possam estar contaminadas pelo debate político, são verdadeiras e foram confirmadas pelo autor do blog. Esse fato deveria sensibilizar os representantes da Paraíba no Congresso Nacional.
A suspensão do bombeamento das águas provocou a realização de uma audiência pública, no Congresso Nacional, para reivindicar a retomada do bombeamento, mas que ainda não surtiu o efeito esperado. Na semana passada, deputados, governo e representantes do TCU debateram possíveis soluções para o problema. Mas o impasse continua.
Vários deputados, dos estados que deveriam ser beneficiados pela obra, têm manifestado sua revolta com a série de problemas que impedem a chegada da água à casa da população, mas da Paraíba, o grito dos parlamentares ainda não se fez ouvir. Afinal de contas, onde está a bancada federal da Paraíba?
Em notas à imprensa, o MIDR tem dito “que estrutura também não necessita de bombeamento contínuo e pode interrompê-lo uma vez atingidos os níveis dos reservatórios”. Mas, e como ficam os trechos expostos ao sol, diuturnamente, em locais por onde as águas necessariamente teriam que circular? A prioridade não deveria ser matar a sede de milhares de nordestinos que um dia sonharam com a conclusão da transposição?
Vale lembrar: a transposição, que começou em 2008 e já custou mais de R$ 13 bilhões, tendo como meta garantir segurança hídrica para 12 milhões de moradores de 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, mas parece que não é prioridade para parte da classe política nacional (e paraibana).
Vale lembrar, também, que desde o início das obras, o TCU detectou mais de 800 irregularidades na transposição do São Francisco. Na lista de problemas estão projetos básicos deficientes, sobrepreços, aumento significativo nas estimativas de custo final e falta de infraestrutura nos estados para se chegar à meta de 12 milhões de beneficiados.
Certamente, depois de 14 anos de seu início, e após inaugurações já ocorridas no ano passado, a operacionalização da obra é mero detalhe diante da necessidade que o povo sertanejo tem em ser beneficiado pelas águas do São Francisco.
Com a palavra, a bancada federal da Paraíba.
Felipe Nunes – Agenda Política